Com salários atrasados, cerca de 70 operários paralisaram, ontem, os trabalhos na obra de remodelação e ampliação da Arena da Baixada, que vai receber quatro partidas da Copa do Mundo do ano que vem. De braços cruzados, os trabalhadores entraram em greve para reivindicar o pagamento dos últimos vencimentos, que deveriam ter sido efetuados na última sexta-feira, o que deve retardar ainda mais o cronograma do estádio atleticano, um dos mais atrasados dentre os palcos que vão receber os jogos do Mundial de 2014.

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Carpinteiros, pedreiros, serventes de obra e montadores de andaime, contratados tanto pela CAP S/A – sociedade de propósito específico criada pelo Atlético para gerir as obras -, quanto pelas empresas Alves Construção e Alves Montagem reclamam dos atrasos e ainda temem não receber as últimas parcelas do 13.º terceiro salário.

A situação no estádio atleticano preocupa Reginaldo Cordeiro, Secretário Municipal para Assuntos da Copa. No entanto, ele garante que os atrasos serão sanados o quanto antes. ‘Claro que isso pode atrapalhar. Mas até o final desta semana, com a liberação do restante da quarta parcela junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o novo financiamento saindo, esse problema de atraso será resolvido, não tenha dúvida’, afirmou.

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Apesar da preocupação, Cordeiro acredita que o pequeno número de operários em greve não deve comprometer tanto o andamento da obra. ‘Se você for ver, de mil operários na obra, o fato de 70 estar reclamando é pouco até. Menos de 10% de todo o efetivo’, avaliou o secretário.

Os inúmeros problemas com relação às reformas e ampliação colocaram a Arena da Baixada como uma das grandes preocupações da Fifa para a Copa do Mundo de 2014. A impossibilidade de entregar o estádio no prazo final previamente estipulado, que seria em 31 de dezembro, fez com que a Fifa adiasse a data de entrega em dois meses. Segundo o cronograma do próprio Atlético, a inauguração oficial da remodelada Arena deve acontecer no dia 26 de março, data de fundação do clube.

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Vale lembrar que as obras no estádio já sofreram problemas anteriores, por conta de falta de recurso financeiro e também por uma ordem do Ministério do Trabalho, que em outubro embargou a reforma, atrasando ainda mais o apertado cronograma. Outro agravante foi o adiamento da instalação do teto retrátil, que o Atlético só instalará após a Copa, para poder concluir as obras a tempo.