O meia chileno Valdivia resumiu bem o que o torcedor do Palmeiras que foi ao estádio do Canindé, neste sábado, sentiu após o empate com o América-MG: “Não empatamos, perdemos”, disse o jogador. Único que aceitou falar rapidamente depois da partida, Valdivia também deu razão à torcida, que não poupou xingamentos nem mesmo para o técnico Luiz Felipe Scolari. “Eles estão certos”, disse.
Pouco antes do final do jogo, os torcedores descarregaram a raiva com ironia e com gritos ofensivos contra o treinador. Felipão foi o principal alvo dos protestos de parte dos torcedores que estiveram no Canindé. A primeira reação foi de ironia, com gritos de “Fica Felipão, no fim do ano nós vamos para o Japão”, uma alusão aos pedidos que a torcida fazia na primeira passagem do treinador pelo clube, no fim dos anos 1990.
“Luan é seleção” e “Assunção é nosso rei” também foram entoados. Mas, depois, o tom subiu com os gritos de “Felipão, seu imbecil, pega esse time e vai para a p…” Sobrou também para Kléber, chamado de mercenário.
O resultado deve manter a lei do silêncio no Palmeiras. Antes de o jogo começar, e na entrevista coletiva dada após o empate também, Felipão disse que dentro do centro de treinamento do clube os jogadores não podem falar, mas “fora do CT eles podem falar normalmente”. De acordo com o treinador, a medida é para tentar dar paz ao elenco.
“Lei do silêncio foram vocês (jornalistas) que inventaram. Da porta do CT para fora não é oficial do Palmeiras. Vocês sabiam que poderiam falar com eles (jogadores) lá fora. Mas eles têm medo de vocês. Vocês sabem que vocês intimidam”, criticou Felipão durante a tensa e, muitas vezes irônica, entrevista coletiva após o jogo.
