A Copa da Rússia está reunindo, em Moscou, pessoas do mundo todo, mas os brasileiros sempre chamam a atenção por onde passam, sejam por estarem usando a camisa amarelinha, fazendo muita festa, ou por estarem levando para outro continente a bandeira de seus times do coração.

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Mesmo estando há 12.131 quilômetros de distância de Curitiba, alguns torcedores apaixonados pelo Trio de Ferro não abrem mão de vestirem as cores de Atlético, Coritiba e Paraná Clube. Esse é o caso do atleticano Eric Pszepiura, do coxa-branca Rodrigo Papov, e do paranista Douglas Carleto Piske. Os três estão mostrando as cores do futebol paranaense no maior evento futebolístico do planeta.

Rubro-Negro desde criancinha

Desde muito pequeno acostumado a demonstrar sua paixão pelo Atlético, Eric Pszepiura decidiu no fim do ano passado que iria assistir a Copa do Mundo da Rússia in loco. “Minha noiva e eu estivemos em todos os jogos da Copa do Mundo no Brasil que aconteceram na Arena da Baixada, e vimos como o clima, a emoção dos jogos são indescritíveis. Decidimos que valia a pena juntar dinheiro e vir pra cá”, contou o profissional de marketing. A noiva, Fernanda Martins, não pensou duas vezes também para embarcar na aventura. Os dois contaram com a sorte e vão acompanhar nesta sexta-feira, os escolhidos de Tite em campo.

Eric e Fernanda no jogo entre Senegal e Polônia. Foto: Reprodução.

“Compramos ingressos na primeira fase e com base nas cidades próximas à Moscou. Não tinha como escolher o jogo, precisávamos aguardar para descobrir quais jogos iríamos assistir. Tivemos sorte e estaremos no jogo do Brasil contra a Costa Rica”, falou Eric, que já esteve nas partidas entre Alemanha e México, Portugal e Marrocos e em outra que teve um gostinho único para ele. Pelo sobrenome Pszepiura já dá para imaginar o motivo pelo qual assistir Polônia e Senegal foi um momento singular para ele.

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“Tenho descendência polonesa. Foi especial poder assistir, levei a camisa da Polônia, além da camisa do Atlético, mas sem dúvida o grande momento será estar no jogo do Brasil”, disse.

Eric conta que a paixão pelo Rubro-Negro vem de família. “Aprendi a amar o Atlético com meu pai. Minhas memórias de infância são todas relacionadas à paixão dele e da minha pelo Furacão”, lembrou o atleticano, que não está satisfeito com o atual momento do time.

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“Vejo o problema do Atlético hoje mais relacionado à política. Não sou muito esperançoso, acho que não será rebaixado, mas também não espero nada neste ano”, falou o torcedor, que já viveu situações marcantes com a camisa atleticana na Rússia.
“O clima de Copa é fantástico e pode ser sentido nas ruas. Quando saio com a camisa do Atlético, as pessoas vêm conversar comigo perguntando do ’Paranaense’ e algumas falam do nosso estádio que sediou jogos em 2014”, contou o curitibano, que está se sentindo bem à vontade por lá.

“Ser brasileiro aqui é sensacional. Muitas pessoas nos param e pedem pra tirar foto. Parei muito mais porque pedem fotos com brasileiros do que tirei fotos nossas. Conhecemos muita gente assim, as pessoas nos abordam. Essa troca é muito bacana. No estádio a gente vê a integração entre os povos e tem uma brincadeira que todos os latinos fazem que é gritar ’América Latina, menos Argentina’, porque ninguém gosta dos argentinos, então nos unimos contra os hermanos”, finalizou Eric.

Bandeira coxa-branca nos jogos da Seleção Brasileira

Na Rússia desde o início da Copa do Mundo, o coxa-branca Rodrigo Papov diz estar realizando um sonho. “Esse clima é sensacional. É indescritível estar aqui”, falou o gerente comercial, que nos últimos quatro anos esteve se preparando para este momento.

“Acompanhei desde o início as fases de sorteio de ingressos, e há um ano e meio já estava pesquisando passagens e lugares para me hospedar”, contou Rodrigo, um torcedor apaixonado pelo Coritiba, que está levando com orgulho as cores do Alviverde pela Rússia. “Vou a todos os jogos do Coxa no Couto Pereira e, quando possível, também acompanho os jogos fora. Aqui na Rússia estarei presente em todos os jogos do Brasil, sempre levando a bandeira do Verdão”, contou.

Sobre a fase que o time vive atualmente, em nada lembra o sonho de Rodrigo em estar na Copa. Pelo contrário, está mais para pesadelo. “Horrorosa. Talvez o pior time de todos os tempos, mas acredito no acesso pelo baixo nível do campeonato”, avaliou. Experiente em Copas do Mundo, o torcedor já tinha assistido a jogos do mundial no Brasil, sendo a partida mais marcante que viu, na opinião dele, entre Holanda e México, em Fortaleza. No país de Lênin e Stálin, Rodrigo já assistiu a Colômbia x Japão, além de Brasil x Suíça. Nesta sexta-feira, ele também estará no jogo da seleção brasileira contra a Costa Rica. “O time tem que ir pra cima e, assim a vitória virá ao natural”, finalizou.

Rodrigo no duelo entre Brasil e Suíça. Foto: Reprodução.

Camisa paranista na grande final da Copa do Mundo

O gosto por conhecer países diferentes fez com que o analista de TI, Douglas Carleto Piske, fosse para a Rússia para participar da Copa do Mundo. Há quatro anos ele já pode sentir a emoção de estar em um jogo do Mundial, por isso será ainda mais especial estar em outro continente participando dessa festa. E junto com a camisa da seleção brasileira, é claro, não poderia faltar o manto tricolor, que já está na mala. Ao contrário de Eric e Rodrigo, Douglas ainda vai embarcar para o país sede do mundial deste ano. Ele tem ingresso somente para o jogo da grande final.

Douglas ainda vai embarcar para a Rússia. Foto: Reprodução.

“Vou à final, mas só em caso de o Brasil se classificar, pois o ingresso é condicionado à classificação. Mas estarei na Rússia certamente vestindo a camisa do Paraná e com a bandeira. Na pior das hipóteses, se o Brasil não estiver na final, vou participar dos eventos como a Fun Fest, levando as cores do Brasil e do Paraná Clube”, disse o torcedor.

O investimento para estar lá não é baixo. Foram cerca de R$ 20 mil gastos somente para custear a própria viagem, além de precisar de dois anos de planejamento para viabilizar a aventura. Mas, para Douglas, tudo valerá a pena.

As camisas do Paraná já estão separadas pelo torcedor.

“Embarco no dia 02 de julho e fico até o dia 17. Sempre gostei de viajar e dessa vez quis conciliar a viagem com esse grande evento. Tenho certeza que será um momento inesquecível e único”, contou o paranista, que já carimbou seu passaporte com passagens pela Argentina, Uruguai, Colômbia, Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Emirados Árabes Unidos e agora Rússia, com direito a um bate volta para a Finlândia (Helsinque).

E quando a Copa do Mundo acabar, as atenções de Douglas devem se voltar ao Tricolor, que segundo a opinião do torcedor, precisa fazer ajustes para fechar 2018 sem o rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. “Nesse tempo de paralisação é preciso que o Paraná busque reforços para alguns setores (ofensivo principalmente) que precisam ser melhorados. Espero consigam e que as coisas mudem”, finalizou.