Se a Espanha foi fria na chegada em Curitiba, o mesmo não pode ser dito do único treino aberto ao público no CT do Caju. Quase mil pessoas incentivaram a Fúria, com gritos a cada passe, chute ou drible que era visto. Mas teve um drible em especial que chamou a atenção de todos e foi dado por um garoto de 15 anos. Sem ser percebido pelo forte esquema de segurança, Vinícius dos Santos, que mora na região, invadiu o gramado e ainda ganhou uma jaqueta do zagueiro Piqué.

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O trabalho comandado por Vicente Del Bosque estava na parte final quando o garoto passou por uma fresta no alambrado e correu em direção aos jogadores. Antes mesmo de ser pego pelos seguranças, Piqué pediu calma, abraçou o menino, e ainda deu de presente o casaco que estava vestindo. “Nós ficamos na fila esperando e entramos eu e meu tio, aí fiquei pensando como entrar no campo. Eu passei por baixo das grades e corri, os seguranças iriam me tirar e o Piqué me chamou, pedi o colete e ele deu a blusa”, contou o menino, que logo em seguida passou a ser a celebridade no meio do povo. Até foto pediram para tirar com ele, que foi ousado e ao mesmo tempo contou com a sorte.

Mas ele não foi o único a se dar bem. Uma menina de apenas nove anos também foi presenteada. Maria Eduarda ganhou a camisa do brasileiro naturalizado espanhol Diego Costa, que entregou a lembrança ao ouvir o pedido.

Nas arquibancadas, quase mil torcedores entre convidados, curiosos e apaixonados pelo futebol puderam ver, durante quase uma hora, as estrelas da atual campeã do mundo. Com bandeiras da Espanha e muita festa, a tarde foi inesquecível para os que estavam lá. “Nem acredito que estou vendo os principais jogadores do mundo de tão perto”, disse a publicitária Carla Macedo.

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Outro lado

Mas nem todos tiveram a mesma sorte. Como as entradas foram limitadas, muita gente ficou para fora do CT, caso do empresário Luciano Shaffer, que veio de Florianópolis e não consegui entrar. “Eu cheguei por volta das 13h30, já tinha um bloqueio muito forte, tentei o ingresso mas não consegui. É uma pena, imaginei que teria mais ingressos, o jeito é voltar pra casa e torcer para que outro treino seja aberto”, disse o brasileiro fã da seleção espanhola.

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Na rua lateral ao CT, curiosos tentavam uma foto ou apenas ver os jogadores por cima do muro. Uma casa de dois andares próxima ao campo chegou a ser tomada pela vizinhança, em uma espécie de camarote improvisado. “Não dá para perder. Daqui da para ver e tem que dar o jeitinho brasileiro, senão ia ficar muito chateado”, disse Diego Rodrigues da Fonseca, morador da região.

Antes da festa, houve muita confusão e desencontro de informações. O público em geral só pôde acompanhar o treino porque a Real Federação Espanhola não distribuiu os ingressos que recebeu e porque outros que tinham o convite em mãos acabaram não aparecendo. No final, os poucos que continuaram na fila também foram liberados.