A dupla Tino Vianna e Edu Paula venceu o 22º Rally Seat da Graciosa, encerrado domingo à tarde em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Com uma atuação consistente, Tino e Edu (que há mais de um ano não venciam uma prova) mantiveram regularidade nas quatro especiais de domingo, conquistando a segunda vitória na temporada, sem dar chances a Edio Fuchter e João Gomes, que terminaram em segundo lugar e assumiram a liderança geral e a primeira colocação da Categoria N4 do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade.
“Estava um pouco desanimado com o campeonato, pois estávamos preocupados com o desenvolvimento do carro e, nas etapas anteriores, tivemos problemas para acertá-lo. Essas vitórias consecutivas nas duas etapas foram uma verdadeira injeção de ânimo. Agora começamos realmente a disputar o título”, disse Tino.
Para o navegador Edu Paula, vencer o 22º Rally Seat da Graciosa representa uma satisfação muito grande, pois considera a prova como a mais tradicional de rali do Brasil.
“Viramos a nossa maré de má sorte e os outros podem esperar porque ainda tem muito rali pela frente e vamos buscar o títuloa recuperação” completou o empolgado Edu.
A liderança geral e da Categoria N 4 do Campeonato Brasileiro de Rally de Velocidade trouxe muita alegria à dupla Fuchter/Gomes mas, ao mesmo tempo, a primeira colocação veio cercada de uma gostosa preocupação.
“É muito bom liderar no geral, mas essa é a posição menos tranqüila, pois isso aumenta a pressão e a cobrança pela permanência na liderança”, avaliou João Gomes. Para Édio, o percurso do Graciosa está entre os melhores do Brasil. “Muito rápido e técnico. Mesmo com chuva, chegamos a andar a mais de 200 km/h e média horária por volta dos 130 km/h”, festejou Fuchter. Sobre a liderança, considera a vantagem pequena. “Temos cerca de 10 pontos sobre os vice-líderes, o que é pouco”, disse Édio.
Peugeot estréia em 2003
A temporada de 2003 do Brasileiro de Rali de Velocidade promete muitas novidades. A principal, revelada domingo nos bastidores do Rally Seat da Graciosa, é a provável entrada da Peugeot que vai colocar à disposição dos interessados carros preparados especialmente para este tipo de prova. A montadora quer entrar na Categoria A6, com os Peugeot 206, conforme explica Paulo Beccardi, diretor de projetos da Divisão de Motor Esporte da Peugeot.
“Queremos vender o carro a um preço acessível para os participantes. Nossa idéia é dar uma premiação especial para os que correrem com os 206. Também queremos oferecer, em cada etapa, suporte completo”, diz Beccardi.
Para incentivar o uso dos seus carros, a montadora pretende oferecer premiação à parte para os pilotos dos Peugeot 206. “Ainda não definimos os valores e quantos pilotos serão premiados em cada etapa. Mas, no fim da temporada daremos um prêmio especial ao campeão entre os Peugeot e um para o vice”.
“Uruca” maior impossível
Enquanto as duplas Tino/Edu e Fuchter/Gomes festejavam, Paulo Vignolli e Nilo de Paula reclamavam da falta de sorte . Logo na primeira especial de sábado, eles tiveram um problema no rádio e o carro capotou cerca de dois quilômetros depois da largada da primeira especial.
Determinados a se manter entre os primeiros, eles mandaram vir um carro do Paraguai para correr ontem. Mais uma vez a sorte não esteve ao lado da dupla e um fusível queimado os obrigou a abandonar na segunda das quatro especiais do dia.
“Fizemos um esforço enorme para trazer o carro que estava em Assunção (Paraguai). Mandamos um motorista de Curitiba rodar 1.800 quilômetros para trazer o carro, que ficou pronto dois minutos antes da largada. Fomos traídos por um pequeno fusível que custa menos de R$ 10. Todo o esforço da equipe foi anulado”, disse Paulo Vignolli.