Time B do Atlético perde para a Jamaica

Ratificando a má fase pela qual passa o Atlético, o time reserva perdeu o amistoso contra a seleção da Jamaica por 2 a 1, na tarde de ontem, no Estádio do Xingu, em São José dos Pinhais. E houve muita similaridade no futebol apresentado pela equipe B com a principal, que ontem apenas realizou treinamento regenerativo no CT do Caju.

Hoje o técnico Ney Franco comanda coletivo para definir a equipe que enfrenta o Paraná, no domingo. Após a derrota no interior do Estado, vencer o clássico é a única alternativa que resta ao Atlético para recuperar a auto-estima e voltar a brigar pela classificação à semifinal da competição. Uma derrota complica e muito a situação do clube, que vive um mau momento e não tem se apresentado bem nos últimos três jogos.

O amistoso de ontem não foi bom tecnicamente, mas conforme explicou o auxiliar técnico do Rubro-Negro, Cleocir dos Santos, o ?Tico?, serviu para dar movimentação aos jogadores que estavam parados e em recuperação no departamento médico. Também valeu para marcar o retorno aos gramados do meia-atacante Tiago e a estréia com a camisa atleticana do goleiro Galatto e do atacante Wallyson, garoto que gera grande expectativa. São opções que, dentro em breve, estarão à disposição de Ney Franco para qualificar o time numa fase decisiva.

Jogo

O time B demonstrou os mesmos defeitos que o principal. Falta de criatividade no meio-campo e de condições de municiar o ataque. Assim, o que mais se viu foram tentativas de ligação direta da zaga para os atacantes. A seleção jamaicana também só se defendia, até com excesso de força, cometendo muitas faltas. Exagerava também nos chutões para frente, porém seu ataque era formado por jogadores muito rápidos e habilidosos, que se antecipavam ao trio defensivo atleticano. O jogo ficou fraco até a entrada do atacante Kemmar Daley, aos 34 minutos. A partir daí, como o ventania não pressionava e não levava perigo, os Reggae Boys resolveram jogar. E aos 44 minutos marcaram um bonito gol. Rudolph Austin pegou a bola na intermediária, avançou e passou por todos os defensores do Atlético. Chutou cruzado na saída de Galatto e abriu o placar.

Gols

Na etapa complementar, os dois técnicos modificaram bastante as equipes, porém apenas a Jamaica jogou e desperdiçou chances de ampliar. Aos 10 minutos, Ricardo Cousins acertou a trave depois que James Thomas fez fila na defesa rubro-negra. Dez minutos depois, o próprio Cousins recebeu no meio-campo e progrediu. A defesa não chegou junto e ele soltou a bomba para fazer um golaço: 2 a 0. O Atlético só chegou ao gol aos 42, quando o estreante Lê (atacante da categoria júnior) cruzou da direita e Tiago descontou de cabeça. Final de jogo e mais uma derrota para o Atlético que, no domingo, tem pela frente o primeiro clássico da segunda fase do Estadual.

Reggae Boys fazem ?outra vítima?

Cahuê Miranda

Foto: Ciciro Back

James Thomas (10), da Jamaica, passa por Vinícius Hess (16).

Para a seleção da Jamaica, o Brasil está no início do caminho para a África do Sul. A visita ao país do futebol é o primeiro passo dos ?reggae boys? no objetivo de chegar à Copa do Mundo e reviver um sonho que foi realidade há 10 anos.

O técnico René Simões, o mesmo que em 1998 levou o país do Caribe pela primeira e única vez ao mundial, escolheu o Paraná como local de partida para uma nova empreitada. E já comemora o aprendizado adquirido nos amistosos disputados até agora.

A Jamaica já fez 4 jogos no país. Ontem, venceu o time reserva do Atlético por 2 a 1, em São José dos Pinhais. Antes, havia derrotado os juniores do Paraná (3 a 2) e empatado com o Operário (1 a 1), em Ponta Grossa. Em Florianópolis (SC), a Jamaíca perdeu (2 a 0) para o Avaí. A excursão termina no domingo, às 11h, contra os reservas do Coritiba.

Mas a principal lição veio com a possibilidade de enfrentar as três grandes equipes de Curitiba. ?Levei-os para visitar o CT do Atlético, para que eles vissem a grandeza desse clube e se assustassem. A mensagem principal é não perder antes do jogo. E eles perdiam. Jogavam contra a Argentina, México, e achavam que não podiam vencê-los?, conta René Simões.

Todos os 24 jogadores que vieram ao Brasil atuam na Jamaica. Para eles, a principal meta é garantir um lugar no time que vai disputar a vaga na Copa. ?Temos 36 jogadores na Europa. Minha idéia é que esses que estão aqui amadureçam e que eu tenha de 6 a 10 para compor o grupo?, diz René.

O meia Rudolph Austin, 22 anos, que ontem marcou o primeiro gol da vitória sobre o Furacão, já conquistou a confiança de René. ?Ele joga no Brasil e seria titular em qualquer equipe?, elogia.

No que depender do jogo de ontem, o meia James Thomas, 20, também está no caminho certo. Jogando com a camisa 10, ele infernizou a defesa rubro-negra. ?Adorei ter vindo para cá. No Brasil, jogar é como viver. E estou tendo a chance de chamar a atenção de um clube?, comemora, sonhando com a chance de defender um time brasileiro.

Na próxima 3.ª-feira, os ?reggae boys? voltam para a Jamaica. No dia 26, encaram um ?Atletiba? (nas palavras de René Simões) contra Trinidad e Tobago, um de seus principais concorrentes na corrida rumo à África do Sul.

Pelo menos três destaques

Clewerson Bregenski

Apesar da apresentação sofrível diante da Jamaica, o amistoso serviu para alguns jogadores demonstrarem o seu potencial. O ala-direito Douglas Maia foi um dos destaques, apoiando bem e tentando partir para o ataque. O meia Pimba também demonstrou capacidade para assumir a titularidade em breve. Se movimentou pelo meio, dando opções de jogo, e deu boas assistências. E o meia-atacante Tiago que, depois de vários meses de inatividade, assinalou o gol rubro-negro.

O jogador disse que está quase pronto para voltar a jogar o bom futebol que o levou para o Atlético após o término do Paranaense 2007, quando foi campeão pelo ACP. ?A expectativa para este ano é fazer tudo o que não pude mostrar no ano passado, devido à lesão (joelho). Agora é treinar e ficar bem fisicamente para ajudar a equipe.?

Ele ainda não está 100% fisicamente, mas já está reintegrado e treinando com o grupo. ?Tô pegando ritmo de jogo com os amistosos e coletivos. Estou à disposição do treinador, mas com ressalvas. Preciso pegar mais ritmo e treino com bola?, finalizou.

Tiago teve uma lesão no joelho quando assumiu a posição de titular na 6.ª rodada do Brasileirão 2007, e passou por uma cirurgia.

Wallyson é a esperança rubro-negra

A expectativa do amistoso girava em torno da estréia do garoto Wallyson, 19 anos, contratado em 2007 junto ao ABC/Natal, mas que só veio para atuar no Atlético no início deste ano. Ele chegou com boas referências. Campeão e artilheiro potiguar em 2007 e principal jogador da equipe do ABC na Série C do Brasileirão. Ele se apresentou machucado, no início de janeiro, e durante estes dois meses e meio esteve no departamento médico tratando de uma pubalgia.

Porém, no amistoso de ontem, o atacante quase não apareceu, o que impediu uma análise de seu rendimento. Raras vezes Wallyson tocou na bola, principalmente pela pouca produção do meio-campo que não conseguiu levar a bola ao ataque.

Paraná-Online: É sua estréia com a camisa do Atlético. Já está bem recuperado?

Wallyson: Estou me sentido melhor. Corri bem. E agora é começar a trabalhar mais forte para compensar os dias que perdi (no tratamento) para ajudar o Atlético.

Paraná-Online: Em quanto tempo você acredita que pode atuar oficialmente?

Wallyson: Já estou treinando com bola e dentro de uma semana estou bom pra jogar.

Paraná-Online: O que esperar do Wallyson? Sua expectativa no clube?

Wallyson: Estou feliz por jogar em um time grande, como o Atlético. Faz dois meses que estou parado, em tratamento médico. Agora vou trabalhar para mostrar meu futebol aqui. Gosto de jogar mais pelas pontas, não sou homem de área. Mas sempre apareço por lá para marcar meus gols.

Voltar ao topo