Tempo para esvaziar a “enfermaria” do Coxa

Quem mais anda trabalhando no Coritiba durante este período de interrupção do campeonato brasileiro é o departamento médico.

São cinco jogadores lesionados, todos peças importantes para o técnico Cuca. E a promessa é de pelo menos três -Fernando, Flávio e Marquinhos – liberados até o início da próxima semana, para que possam treinar para a partida do dia 12, contra o Vasco.

Cuca reconhece que a parada acabou vindo a calhar. "Este momento vai ser muito importante para que coloquemos todos os jogadores no mesmo nível", afirma o treinador, que deixou os primeiros dias da ‘intertemporada’ para os preparadores físicos Manoel dos Santos e Róbson Gomes (ver entrevista).

Para os médicos, tempo de intensificar a recuperação dos jogadores. Fernando e Flávio são os que menos preocupam o DM alviverde. O goleiro já voltou a treinar, e deve ser liberado ainda esta semana. "Ele está com poucas dores no ombro, e creio que não haverá problemas", explica Walmir Sampaio. O zagueiro, que teve uma lesão na coxa, também está participando dos trabalhos físicos.

Marquinhos, que está longe dos gramados desde abril, está em "avaliação". Depois de ficar recolhido às sessões de musculação e fisioterapia, o armador foi autorizado a participar dos treinos da semana, e a partir de segunda vai ser submetido aos mesmos trabalhos do restante do elenco. A lesão no púbis já foi tratada, e a preocupação é a recuperação física do jogador.

Em contrapartida, Cuca tem um desfalque certo e outro provável – mesmo que a próxima partida pelo brasileiro seja daqui a onze dias. Está fora o lateral-esquerdo Rubens Júnior, que sofreu um estiramento muscular na partida contra o Juventude. "Este tipo de lesão deixa o atleta fora por três semanas em média", explica Sampaio. Assim, Rubens foi vetado ‘por antecipação’ da partida contra o Vasco.

E Reginaldo Vital é outro que dificilmente vai conseguir jogar no Rio. A lesão na coxa não cedeu, e ele passará por um exame mais aprofundado. "Precisamos saber qual é a extensão da contusão. Então vamos submetê-lo a um teste de força muscular para que consigamos definir o tempo real da recuperação", resume o médico Walmir Sampaio.

Róbson Gomes, o centro das atenções

Em momentos como este da temporada, o preparador físico vira o ‘centro’ das atenções. No Coritiba, Róbson Gomes sabe que chegou a hora dele trabalhar com o elenco por mais tempo – pelo menos em toda esta semana de treinos físicos. Nesta entrevista, o fisicultor fala sobre o período de parada do Brasileiro, a necessidade dos trabalhos destes dias e também da importância dos atletas descansarem.

Paraná-Online – O que se faz em doze dias de treinos?
Róbson Gomes – Nós passamos para o Cuca que tivemos quatro meses de reclusão em Maringá, onde tivemos o controle completo de todos os atletas. Isso criou um aspecto muito importante para nós, deu um sustentáculo para o restante do ano. Por isso, ter uma diminuição na carga de trabalhos neste período é interessante, para que você tenha um segundo semestre mais intenso. Então: na primeira semana, recuperação dos jogadores; e na segunda, intensificamos os trabalhos.

Paraná-Online  – E em que estado físico estão os jogadores do Coritiba?
Róbson – Dentro do que nós planejamos, houve uma evolução tanto na parte teórica, da previsão, quanto na parte prática. Nós chegamos nestes doze dias de intervalo com o primeiro ápice físico do ano. E prevemos que vamos alcançar o segundo ápice a partir de outubro e novembro. Temos três competições na temporada, e seria praticamente impossível manter o mesmo nível durante o ano. Mas nós estamos satisfeitos, e sabendo que a equipe se encontra em um nível físico muito bom.

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  – O fato dos jogadores não ficarem novamente ‘exilados’ pode ter um valor anímico favorável?
Róbson – Sem dúvida. Até porque nós vamos usar dois dias da próxima semana com treinos em dois períodos, e talvez nestes dias vamos almoçar juntos, voltamos ao CT mas no final do dia vamos para casa. É um prêmio pelo comportamento dos atletas em Maringá.

Paraná-Online – Qual a importância do descanso para os jogadores?
Róbson – Total. A competição prevê 42 decisões, e nós já fizemos seis. O atleta que não estiver descansado, que não estiver pronto para encarar toda partida como uma decisão, vai ser penalizado não só no aspecto individual, mas principalmente no coletivo, fazendo com que outros atletas passem à frente dele.

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