Telefonemas não deixaram Felipão dormir

Depois de passar a noite e a madrugada de segunda-feira comemorando o histórico título mundial, o técnico Luiz Felipe Scolari gostaria de descansar por pelo menos algumas horas. Não conseguiu. Seu telefone não parou de tocar. Eram familiares, amigos, colegas e ex-companheiros o cumprimentando pela conquista. Houve ligações até de figuras como o polêmico atacante Faustino Asprilla, com quem trabalhou no Palmeiras, em 1999 e 2000.

As olheiras indicavam o cansaço, que no entanto, era neutralizado pela alegria e pelo alívio, depois de tanta pressão. Mas a festa não acabou. Terá ainda de tirar energia para comemorar com os torcedores no Brasil, que esperam a chegada da seleção brasileira na manhã de hoje.  ?Ainda tenho ânimo para comemorar. Pior seria agüentar um grupo de gente atrás de mim para reclamar, me incomodar.?          Incômodo foi o que passou Vanderlei Luxemburo no retorno dos Jogos Olímpicos de Sydney, em 2000, por causa do fracasso do Brasil. Quando chegou ao País, centenas de pessoas o esperavam no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, para hostilizá-lo. Obviamente, Felipão terá recepção completamente diferente.

Na saída do hotel em que a delegação estava hospedada, nesta segunda-feira, o técnico gaúcho foi um dos mais aplaudidos por funcionários do estabelecimento e por fãs japoneses. Carinhosamente, respondeu com um ?arigatô?, antes de entrar no ônibus que levaria o time ao Aeroporto de Narita.

Nem bem acabou a Copa do Mundo e o treinador lamentou a separação do grupo, que mostrou muita união nesses quase dois meses de trabalho. Esse foi, segundo o treinador, o segredo do triunfo. Os jogadores se reuniram no dia 12 de maio, em São Paulo, quando seguiram a Barcelona para iniciar a preparação visando ao Mundial.

?Estou triste, porque esse grupo está se desfazendo?, revelou, visivelmente emocionado. ?Todos aprenderam a importância de se trabalhar em conjunto, de se doar pelo companheiro, e isso vai ficar marcado pelo resto da vida de cada um.?

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