A entrada da tecnologia no mundo dos olheiros foi acontecendo gradativamente. Antes mesmo de surgir o departamento de inteligência no Atlético, essa nova tendência começou com os DVDs. Empresários juntam lances com os melhores momentos de seus jogadores e enviam para clubes, na tentativa de mostrar o potencial do seu atleta. A medida foi ganhando espaço e muitos dirigentes já usaram tal método para reforçar a equipe. Porém, para os especialistas, o negócio pode ser um tiro n’água.

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Segundo eles, o DVD só serve para uma primeira avaliada, em caso de o jogador vir de um local fora do raio dos olheiros. Mas jamais levar 100% em consideração. “O cara que comprar jogador por DVD não sabe nada. Pode até dar uma olhada para ver se vale a pena investir, mas no campo o ângulo de observação é completamente diferente. Tem que analisar a partida inteira, existe um monte de detalhes”, afirmou o ex-dirigente do Atlético Antônio Carletto Sobrinho.

Já Borba Filho lembrou que, em muitos casos, logo após uma bela jogada do atleta, a imagem do DVD é cortada para outra partida, uma vez que na continuação daquela jogada de efeito, o atleta cometeu algum erro. ‘Vamos eliminar o DVD, ele é mentiroso. Ninguém faz DVD dos piores momentos. Você tem que ter a informação. O pessoal do clube, o olheiro, que tem que colher as informações. A máquina só não fala, não tem emoção”, cutucou.

Para Marcos Amaral, além do fato de o DVD só ter lances isolados do jogador, fica difícil conhecer pessoalmente o possível reforço. Algo que pode fazer a diferença para assinar um contrato. “Tem que ser a olho nu, in loco mesmo, com acompanhamento nos jogos. Ter um contato com o atleta. Só o material virtual, como o DVD, não ajuda”, explicou ele.

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Internet

Por outro lado, um ponto da tecnologia que favoreceu o mundo dos olheiros foi a internet. Se antes era difícil saber para onde ir em busca de uma nova estrela, a rede mundial de computadores serviu para saber como iniciar a caminhada, uma vez que é mais fácil encontrar informações de qualquer campeonato. Mesmo assim não existe a garantia de que o jogador em questão vá vingar. “Eu tinha uma rede de olheiros espalhados pelo Brasil inteiro que me indicavam e eu ia atrás. 90% não valiam nada, mas 10% deram muito dinheiro ao Atlético”, disse Carletto.

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