Técnicos dos TCE’s preocupados com obras para Copa 2014

A falta de tempo para articular a realização das obras referentes a Copa do Mundo 2014 foi um fator apontado como preocupante para 400 técnicos dos tribunais de contas de todo o País. O assunto foi abordado no 13º Simpósio Nacional de Auditoria em Obras Públicas (Sinaop), encerrado no último dia 20 de novembro, em Porto Alegre.

“Três anos foram gastos na discussão de quais seriam as cidades-sede. O grave é que sobram pouco mais de dois anos para projetar, licitar e executar tudo dentro dos cronogramas previstos”, lamenta o coordenador de Engenharia e Arquitetura do Tribunal de Contas do Estado, Luiz Henrique Barbosa Jorge, ex-secretário do Conselho Administrativo do Coritiba.

Após falar na questão do tempo, o coordenador do TCE também deixa um aviso. “O atraso custa caro, exige contratação emergencial e infla os gastos”. A fala de Barbosa tem como alvo a Arena da Baixada, que também vai contar com auxílio público para ser adequada ao caderno de encargos da Fifa.

Um total de R$ 90 milhões em títulos de potencial construtivo será doado pela prefeitura ao Atlético, mas para que as obras comecem é necessário aguardar por aprovação de um financiamento pelo Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE), em projeto que ainda aguarda aprovação na Assembleia Legislativa do Paraná.

Infraestrutura

O engenheiro e conselheiro do TCE do Paraná Heinz Herwig também é crítico na forma como as subsedes encaram a Copa. “Do projeto básico de Engenharia ao legado que os estádios e obras estruturais vão deixar à população, nada disso deve conflitar com a correta e eficiente gestão dos recursos investidos”, avalia.

Entre as obras paranaenses que serão financiadas pelo governo está a ampliação do terminal de passageiros do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Segundo vistoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que fiscaliza a aplicação dos R$ 31 milhões de verba federal destinados para a obra, ela deve ser concluída em agosto de 2011. O pátio e a pista de taxiamento, cuja reforma demandará outros R$ 41 milhões, têm de estar prontos até julho de 2013.