Sub-23 define o seu futuro na Copa Ouro

O Brasil define hoje o seu futuro na Copa Ouro. Uma vitória por dois gols de diferença contra Honduras, às 23h (horário brasileiro), no Estádio Azteca, garantirá matematicamente a classificação para as quartas-de-final. Uma vitória por um gol de vantagem deixará o time perto da vaga, mas ainda na dependência do resultado do confronto de quinta-feira entre México e Honduras. Com um empate, o Brasil precisará torcer para o México contra os hondurenhos. Uma derrota significará a eliminação.

O técnico Ricardo Gomes ainda não definiu a escalação. Ele quer um time que tenha a movimentação apresentada no primeiro tempo da partida contra o México aliada à presença de Kaká mais perto do gol, como no segundo tempo do jogo de estréia. A chave para resolver a equação é a condição física de Thiago Motta. Se o jogador do Barcelona disser ao treinador que está se sentindo melhor do que estava no domingo, entrará no lugar de Ewerthon e dará liberdade para Júlio Baptista fazer as jogadas pelo lado direito o técnico acha que ele poderia ter se soltado mais por aquele setor contra o México , com Kaká no meio e Robinho na esquerda.

Caso Thiago não se sinta com fôlego para os 90 minutos, Ricardo Gomes já decidiu que o deixará no banco para aproveitá-lo quando os outros jogadores já estiverem desgastados. “Não gosto de colocar um jogador já sabendo que vou ter de tirá-lo, prefiro usá-lo no segundo tempo”, argumentou o treinador.

“Esperava que o Thiago chegasse em melhores condições, mas infelizmente isso não aconteceu.” Como o preparador físico Luís Otávio garantiu ontem que Thiago Motta ainda não tem condição para atuar os 90 minutos, é pouco provável que ele comece jogando. Nesse caso, o mais provável é que Ricardo mantenha o time que começou domingo, mas com uma mudança tática: Kaká no ataque com Robinho e Ewerthon voltando mais para compor o meio-de-campo.

“O Ewerthon sabe fazer isso, já fez no Borussia. É uma boa opção.” Carlos Alberto, o outro reserva para o meio-de-campo, não tem chance de começar jogando, segundo o treinador. Sem tempo para treinar o time os jogadores que enfrentaram o México fizeram apenas hidroginástica pela manhã e uma corrida leve à tarde , Ricardo Gomes se dedicou mais ao trabalho de motivar a garotada para a partida desta noite.

“Assim que entramos no vestiário depois do jogo com o México eu já peguei pesado para não deixar cair o ânimo deles. Falei que o resultado tinha sido negativo, mas a nossa performance tinha sido positiva. Eles são jovens de muito talento e minha missão é assumir a responsabilidade e deixá-los tranqüilos para jogar o que sabem, sem timidez. Acho que as conversas deram resultado, porque sinto que eles estão animados.”

Ricardo Gomes não tem muitas informações sobre Honduras não conseguiu os vídeos dos três amistosos de preparação que a equipe disputou contra times colombianos antes de vir para o México , mas tem tanta confiança em seus jogadores que não está muito preocupado com esse detalhe. “Honduras teve tempo para se preparar para o torneio, algo que nós não tivemos. Mas nós vamos ganhar, tenho certeza. Eu disse domingo e repito: se jogarmos o futebol que jogamos contra o México, dificilmente deixaremos de ganhar de novo. É só a bola entrar. E vai entrar.”

Júlio Baptista, o talismã do técnico

Ricardo Gomes aposta muito no vigor de Júlio Baptista para a partida de hoje à noite, contra Honduras, pela Copa Ouro. O técnico da sub-23 pediu ao volante para se soltar mais e se apresentar como opção para as jogadas pelo lado direito do ataque, algo que não fez na estréia e que levou o Brasil a concentrar muito as jogadas pelo lado esquerdo, por onde Robinho e o lateral Adriano criaram bons lances. “Não saí contra o México para não deixar muito espaço lá atrás, mas o jogo desta terça (hoje) vai ser diferente e com certeza vou fazer umas ultrapassagens pela direita.”

Júlio Baptista é um dos jogadores mais importantes para Ricardo Gomes. Ele diz que o sãopaulino e Thiago Motta são os mais versáteis do elenco e por isso se tornam fundamentais num grupo que por força do regulamento da Copa Ouro só pode ter 18 jogadores. “É preciso contar com atletas que saibam fazer várias funções. O Júlio e o Thiago me dão isso, porque podem jogar mais atrás, mais à frente e também pelos lados.”

O jogador do São Paulo acredita que o horário da partida o ajudará a manter um ritmo forte como o que apresenta no clube, apresentando-se no ataque e voltando para marcar. “Jogar ao meio-dia é complicado, ainda mais na altitude. Nesta terça vai estar menos calor, além de já termos dois dias a mais de adaptação à altitude. Com certeza nós vamos correr mais.”

Assim como os outros jogadores, Júlio Baptista acha que o time precisa melhorar pouca coisa em relação ao primeiro jogo para conseguir a vitória. “O principal é acertarmos as finalizações, porque não poderemos desperdiçar tantas chances como contra o México.

Honduras tenta repetir a surpresa da Copa América

Honduras só entrará em campo esta noite para enfrentar o Brasil graças a um papelzinho. A equipe se classificou para a Copa Ouro ao ganhar no sorteio do Panamá, com quem se igualou em todos os critérios de desempate na repescagem da América Central. Como deu sorte, garantiu a classificação junto com a Martinica.

O time desta noite tem muito pouco daquele que despachou o Brasil na Copa América de 2001, na Colômbia, com uma vitória por 2 a 0 um gol contra de Belletti e um de Saúl Martinez. Apenas o zagueiro Medina e os meio-campistas Turcios e Júlio César “Rambo” León estiveram naquela partida. O meia Amado Guevara e o goleiro Noel Valladares, que eram dois destaques daquela equipe, foram afastados da seleção por terem tentado organizar uma rebelião para pedir um aumento no bicho de US$ 9 mil que a Federação ofereceu pela vaga conquistada na repescagem. O técnico era Ramón Maradiaga.

O técnico Edwin Pavón assumiu o cargo em março com a missão de apagar o incêndio provocado pelo quarto lugar nas Eliminatórias para a Copa Ouro Costa Rica, Guatemala e El Salvador ficaram com as três vagas. Ele fez uma revolução no elenco, mantendo apenas sete jogadores que integravam o grupo que era dirigido por Chelato Uclés. Mas Pavón se despedirá do cargo assim que terminar a Copa Ouro, passando a comandar a equipe sub-23.

Ontem, Pavón fez mistério. Dirigiu um treino pela manhã no campo do Cruz Azul e outro no final da tarde, no Estádio Azteca. Ambos foram a portas fechadas e nenhum jogador falou com a imprensa. A tendência é que ele escale três zagueiros, dois alas, quatro meio-campistas e deixe apenas Suazo que joga no Cagliari e é a estrela do time na frente.

Depois de ver o jogo de domingo do Brasil, Pavón disse apenas que ficou muito impressionado com Robinho, e acha possível superar brasileiros e mexicanos.

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