Solução para falta de gols pode vir da base rubro-negra

Mais uma rodada se foi e mais uma vez o ataque do Atlético passou em branco no Brasileirão. Se os experientes artilheiros não vivem boa fase e, consequentemente, não resolvem lá na frente, a solução pode estar na base.

Vale a pena considerar, pois o jejum de gols vivido por Rafael Moura preocupa. Ontem completou dois meses sem marcar com a bola rolando (quadro) e, no atual campeonato, assinalou uma única vez contra o Flamengo (4.ª rodada) e cobrando penalidade.

Além de não marcar, o atleta não vem rendendo o que se espera. Isso se deve também a falta de qualidade no meio-campo, que não faz a bola chegar ao ataque.

Diante do Corinthians, no último sábado, aconteceu a estreia de Eduardo, que apenas correu atrás da bola e foi pouco efetivo. Foi a primeira partida dele e entrou num instante em que a bola quase não chegou aos seus pés para tentar algo. Demonstrou lentidão, mas ainda é muito cedo para análise.

Oportunidade

Enquanto os atacantes de área vivem essa crise de identidade, no domingo, o Rubro-Negro sagrou-se campeão da Copa Tribuna de juniores.

Em campo, dois aspirantes à camisa 9 que merecem reais chances no profissional. Eduardo Salles e Patrick, ambos 19 anos.

A dupla está integrada ao grupo principal e esperando uma oportunidade.

Patrick já jogou quatro partidas no Brasileirão. Duas como titular, mas trombando com Rafael Moura, e duas entrando no decorrer. Pede uma chance como homem de referência.

Eduardo Salles apenas treinou com o grupo titular. O jovem foi o grande destaque da Copa Tribuna ao marcar 14 gols em 14 jogos e terminar como artilheiro da competição. Inclusive foi dele o primeiro gol da final contra o rival Coritiba, que abriu o caminho para o bicampeonato do Furacão.

Aliás, fome de gol é o que não falta para esse jogador. Desde as categorias inferiores ele sempre se destacou por balançar as redes. Foi artilheiro no infantil, juvenil e em algumas competições nos juniores. Na Copa Tribuna não atuou em todas as partidas, mas terminou a competição com a média de um gol por jogo.

No Atlético desde o final de 2003, o jogador espera a grande chance para tentar brilhar também no profissional. Ele se reapresenta no CT do Caju na próxima quinta-feira com a expectativa de já integrar o grupo profissional definitivamente.

Após a conquista de mais um título, Salles passou o dia na companhia da família e curtindo a namorada. Mas encontrou um tempinho para atender o Paraná Online.

Paraná Online:
Recentemente você passou a treinar com o grupo principal. Como está essa transição de categoria?

Salles: Aconteceu há 10 dias e está sendo tranquila. Eu já conhecia quase todos porque a base do ano passado foi mantida. Eles me receberam muito bem.

Paraná Online: E você está preparado para jogar como profissional? Dá para pedir uma oportunidade?

Salles: Estou preparado. Mas jogar vai depender do professor Waldemar Lemos. A hora que ele achar que deve me por para jogar, estarei preparado. Vou trabalhar firme à espera de uma oportunidade.

Paraná Online: Quais dificuldades espera enfrentar?

Salles: Atacante é o que mais tem no time. A principal dificuldade é brigar por posição já que temos no grupo jogadores de nível, como o Rafael Moura, que é ídolo. Acho essa a maior dificuldade.

Paraná Online: Como você gosta de jogar? É o tradicional camisa 9, referência na área?

Salles: Sim, gosto de jogar como referência. Mas também jogo como segundo atacante, saindo pelas laterais. O que precisar, eu encaro. Espero pintar a oportunidade par,a dar sequência.

Paraná Online: Sua principal característica.

Salles: Acredito que seja a definição de jogadas. A bola dentro da área, tenho facilidade para dominar e tentar a definição. Com a cabeça tenho um pouco mais de dificuldade.

Paraná Online: Quais objetivos quer alcançar até o fim desta temporada?

Salles: Neste segundo semestre a intenção é me firmar no elenco principal. E a partir de quinta-feira, trabalhar forte para tentar chamar a atenção do treinador.