Atlético e Coritiba, rivais em campo, mas aliados fora dele para fortalecer o futebol paranaense, se uniram mais uma vez ontem à tarde, na Arena da Baixada, ao confrontarem à Federação Paranaense de Futebol (FPF). A entidade acabou cancelando o primeiro Atletiba de 2017 válido pelo Campeonato Paranaense. Se o duelo ainda vai render muita discussão e deverá, inclusive, parar nos tribunais, a atitude dos dois maiores do clube do Paraná ficará marcada como, talvez, um recomeço por um futebol paranaense melhor e mais organizado daqui em diante.

continua após a publicidade

Um dos maiores críticos do futebol brasileiro, o técnico Paulo Autuori lamentou todos os fatos ocorridos que acarretaram no cancelamento do Atletiba, mas elogiou a atitude tomada pelos dois clubes. O treinador reforçou a satisfação de atualmente poder trabalhar no Furacão, que caminha com os mesmos princípios e pensamentos que os seus.

“Não se pode perder a oportunidade de quebrar um paradigma. Poderíamos ter um bom espetáculo, como normalmente é o Atletiba, mas não foi possível em função da atitude arbitraria da Federação com relação a possibilidade de não credenciamento daqueles que estavam. Dentro disso lamentamos e essa é a realidade que toma conta do nosso futebol. Tenho que parabenizar a coragem e a opinião pessoal e isso que falta no Brasil, ao futebol brasileiro, tomadas de decisões corajosas. Fico envaidecido de estar em uma instituição como o Atlético”, afirmou o treinador atleticano.

Do lado alviverde, o presidente do Coritiba afirmou que fará uma representação formal contra a atitude arbitrária da FPF junto a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e não sabe ainda os rumos do clube no Paranaense. O dirigente estudará o assunto junto ao departamento jurídico e lamentou a falta de apoio da entidade máxima do futebol estadual junto aos seus filiados para a disputa do Paranaense.

continua após a publicidade

“O estado do Paraná está sem rumo em termos de Federação. Temos que ter um rumo, valorizar mais nosso Campeonato Paranaense. Eles não conseguem negociar melhores rendas para o campeonato. Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais tiveram aumento e nós diminuímos. Não concordamos e não vamos concordar nunca. É uma falta de respeito”, cravou Bacellar, em entrevista à Rádio Transamérica.

Autuori prosseguiu criticando os rumos do futebol brasileiro e contou a brincadeira que fez com alguns funcionários estrangeiros do Atlético. O comandante rubro-negro enalteceu a atitude e a união da dupla Atletiba para que haja uma mudança mais contundente dentro do cenário do futebol nacional.

continua após a publicidade

“Brinquei no vestiário com profissionais que temos de outros países, como Estados Unidos, Argentina e Turquia. Falei: ‘muito prazer, esse é o futebol brasileiro’. Apresentamos o que é a nossa realidade. É de se lamentar em função da maneira como não permitiram a transmissão do jogo. Ao mesmo tempo nos dá uma tranquilidade, pois há aqueles que lutam por um melhor futebol, as instituições que têm força e coragem com ideias embasadas em excelência para mudarem o rumo dos acontecimentos e o rumo da vida do futebol brasileiro”, concluiu Autuori.