Só marketing não adianta

Mesmo com o domínio do Corinthians na torcida paranaense, o mercado no Estado tem uma boa fatia a ser conquistada. Isso porque, 33% dos paranaenses não torcem por nenhum time, e é este público que deve ser atingido principalmente pelo Trio de Ferro. Os especialistas, no entanto, alertam para os perigos de haver uma invasão ainda maior de torcedores paulistas no Paraná. Por isso, apresentam algumas soluções, em especial para Coritiba e Atlético. Segundo eles, o caminho é longo e moroso. Além de carecer de investimento em marketing, precisa que essas ações sejam combinadas com resultados em campo.

Para Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultora, a estratégia da dupla Atletiba ainda é equivocada. Recentemente, o Coxa lançou a campanha “Amo minha terra, torço pelo meu estado”, mas que pode não trazer o resultado esperado. “Não sei se este é o caminho. Há muita resistência a este conceito. O Paraná não é o Rio Grande do Sul e nem vai ser. Lá o conceito é diferente. No Paraná, não temos este sentimento tão bairrista”, explicou.

Mas se a campanha não é a melhor estratégia dentro do que o mercado de torcedores oferece, o Coritiba tem percorrido outro caminho que trás muito mais resultados, que é o desepenho nas competições. De 2010 para cá, foram trêss títulos estaduais, duas finais da Copa do Brasil e o oitavo lugar no Brasileirão do ano passado. “O Coritiba está no caminho certo e se continuar assim vai conseguir. O caminho é montar um time competitivo, fazer um trabalho a longo prazo, blindando os executivos do ambiente político do clube, e sempre investindo dentro da sua capacidade de pagamento”, frisou Fernando Ferreira.

Mas enquanto os títulos e as boas campanhas não vêm, é preciso investir nas campanhas, mas não para atingir o Estado todo. É preciso começar reforçando os espaços já conquistados em Curitiba e Região Metropolitana, onde ainda há grande potencial para conquistar novos adeptos. Mas também é preciso manter a atenção dentro de campo para dar o retorno que o torcedor espera. “Tudo depende da eficácia de um conjunto de fatores, mas é evidente que é mais fácil disputar o mercado da região de Curitiba, já que o Sudoeste, o Oeste e o Norte do Paraná são redutos de outros clubes. Mas também tem que ter olhos neste mercado. Se for para começar alguma coisa, é mais fácil que seja onde já há alguma consolidação dos clubes daqui, como Curitiba e região metropolitana”, alertou o coordenador do núcleo de estudos de Futebol e Siciedade, da Universidade Federal do Paraná, Luiz Carlos Ribeiro.