Só jogos na Vila satisfazem o exigente Leão

São Paulo –

O Santos só não manda mais jogos na capital porque o técnico Emerson Leão não quer e, nem mesmo o bom público da vitória de sábado sobre o Marília, no Parque Antártica, mudou a postura do treinador santista. Ao terminar a partida, Leão chegou a afirmar que tinha “jogado fora de casa” e deixou claro que, se a equipe voltar a atuar em São Paulo, será sem o seu aval. “A vontade de ver o Santos jogar é grande, em qualquer lugar”, minimizou Leão.

Enquanto o técnico torcia o nariz para novos jogos do Santos fora da Vila Belmiro, estádio no qual a média de público não ultrapassa os cinco mil pagantes, o presidente do clube, Marcelo Teixeira, afirmava, quase ao mesmo tempo, que há possibilidade de novas partidas na capital. Satisfeito, o dirigente só não assumiu o compromisso de trazer outro jogo para São Paulo justamente por causa da posição contrária do treinador.

“Valeu muito a pena trazermos a partida contra o Marília para São Paulo. Além de compensar financeiramente, foi um prêmio à nossa torcida da capital. Sabíamos que o torcedor compareceria”, afirmou Marcelo Teixeira, que destinou 12% da renda de mais de R$ 275 mil ao aluguel do estádio palmeirense.

Dos cinco melhores públicos do Paulistão, três são do Santos, todos em partidas disputadas na Região Metropolitana de São Paulo. Além dos mais de 18 mil pagantes que assistiram à vitória de sábado no Parque Antártica, os santistas foram maioria entre os 18.387 pagantes do clássico contra o Palmeiras, no Morumbi, e entre os quase 11 mil torcedores do confronto com o Santo André, no ABC.

A festa da torcida do Santos foi tão grande na vitória de sábado que alguns jogadores passaram a adotar um discurso pró-partidas na Capital. “Agradeço à torcida de São Paulo, que deixou o sábado de carnaval para ver a gente jogar”, reconheceu o capitão Renato. “Se na Vila der tanta gente quanto deu aqui, vale a pena. A torcida de São Paulo lotou o Parque Antártica e fez parecer a Vila”, lembrou o lateral-esquerdo Leo, que no final da partida foi à beira do campo e jogou a camisa 3 para a galera, em retribuição ao carinho oferecido durante o jogo.

Carinho que a rigidez de Leão não quer que se propague.

Voltar ao topo