Sintonia era perfeita, diz ex-técnico Otacílio

Gaúcho de Santa Maria, Otacílio Gonçalves da Silva Júnior marcou seu nome no futebol paranaense. Dirigiu Atlético, Coritiba e Pinheiros, mas foi no Paraná que recebeu o título de “mestre” e fez história ao levar o clube recém-fundado a seu primeiro título estadual (1991) e também nacional (o da Série B, em 1992). Hoje, aos 72 anos, curte a aposentadoria em Porto Alegre ao lado da família, mas com tempo reservado para sua maior paixão: o futebol. E, é claro, o Paraná, que aprendeu a amar, na mesma proporção em que é idolatrado pelos tricolores.

Já se passaram 20 anos. Como é recordar aquela conquista, na Fonte Nova?

A recordação é sempre muito boa. Aquela equipe era fantástica. E conquistar títulos, estadual e nacional, num clube recém-nascido, foi marcante. Aquele dia 11 de julho não vai sair jamais da minha memória. Podíamos até empatar, mas vencemos, silenciando um estádio com noventa mil torcedores. Foi uma conquista inquestionável, de um time nascido para ser vencedor.

Qual era a grande virtude daquele time?

A parceria, a amizade. Isso fez a diferença, pois a qualidade técnica era indiscutível. Tínhamos Saulo, Serginho, Carlinhos e tantos outros. Era um grupo afinado. E, por trás disso, uma diretoria atuante. O Paraná era um clube maravilhoso para se trabalhar, com uma perfeita sintonia entre todos, da direção ao mais humilde funcionário. Quando você é bem pago e tem condições de trabalhar, tudo flui muito bem.

Quem seria o grande jogador do time campeão de 1992?

Impossível destacar apenas um. Tínhamos um time forte em todos os setores e um grupo equilibrado. Vejo assim: hoje, todos eles seriam novamente titulares absolutos. Não apenas pelo título, mas aquele foi o melhor time de todos os tempos do Paraná Clube. Era equipe para disputar a Série A.

Como você avalia esse novo momento do Paraná?

Lamento o fato do Paraná estar a tanto tempo na Série B. Mas o Ricardinho é um guri muito inteligente e que não ao acaso foi campeão do mundo. Torço por ele e pelo clube, que precisa reagir, se reorganizar e voltar à Primeira Divisão. A Série A é a grande vitrine e onde está o dinheiro.