Sindicato quer reajuste na taxa de arbitragem

A arbitragem promete ser um dos assuntos mais polêmicos do arbitral do Paranaense 2009. Marcada para a próxima terça-feira, a reunião definirá os últimos detalhes do estadual e contará, pela 1.ª vez, com a participação do Sindicato Profissional dos Árbitros de Futebol do Paraná.

O sindicato apresentará uma proposta para as taxas de arbitragem e de uma nova divisão dos valores arrecadados sobre as rendas dos jogos. A entidade reivindica um aumento de até 87,5% dos valores pagos atualmente aos árbitros de futebol do estado.

No Paranaense 2008, os árbitros receberam R$ 800 por jogo, além das despesas de transporte, alimentação e hospedagem. Os assistentes ganharam R$ 400 por partida. Valor bem abaixo do pago por outros estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, paga até R$ 2.550 por jogo a seus apitadores.

Segundo o presidente do sindicato, Airton Nardelli, o Paraná corre o risco de perder seus principais árbitros devido à baixa remuneração. “O Héber Roberto Lopes e o Evandro Rogério Roman já receberam propostas para se transferirem para São Paulo. Com esses valores, como podemos segurá-los?”, questiona.

O sindicato elaborou uma nova tabela de taxas, que será apresentada aos clubes no arbitral. A proposta é de R$ 1.500 por jogo para árbitros do quadro da Fifa, R$ 1.200 para os do quadro da CBF e R$ 1.000 para os do quadro básico da Federação Paranaense de Futebol (FPF). Os assistentes receberiam R$ 750, R$ 600 e R$ 500, respectivamente.

Além da taxa propriamente dita, o sindicato também quer melhoras nas condições de transporte dos árbitros. “Nos últimos quatro anos, perdemos duas conquistas, que foram obtidas com grande luta: o direito de andar de ônibus leito e de receber 1% da renda dos jogos”, diz Nardelli.

Pelos cálculos do sindicato, para viajar de ônibus leito os árbitros devem receber até R$ 382,44, dependendo da distância a ser percorrida. Também devem ganhar R$ 80 para hospedagem e R$ 30 para alimentação.

Comissão

Outra proposta é a redistribuição da taxa de 2% sobre a renda, que hoje é repassada à Comissão de Arbitragem da FPF. A comissão continuaria recebendo 1% e o outro 1% seria destinado à atualização mensal dos árbitros, que ficaria sob responsabilidade do sindicato.

Com esse valor, o sindicato promete investir na contratação de professores de Educação Física, médico, nutricionista, massagista e fisioterapeuta para atender aos árbitros. “Hoje não existe nada disso. No Paraná, até a preparação física foi abolida. Cada árbitro se vira por conta própria”, afirma Nardelli.

Para o presidente do sindicato, os clubes do estado têm plenas condições de pagar os valores reivindicados. “Eles fazem negócios milionários, os atletas recebem salários altíssimos. O responsável por conduzir as partidas e aplicar as regras não pode receber só R$ 800 por jogo”, argumenta.