Sinal de alerta no Alto da Glória

O sinal de alerta está aceso. A derrota de quarta para o São Paulo complicou a vida do Coritiba, que perdeu a terceira partida em casa e caiu na tábua de classificação do campeonato brasileiro. Apesar de ser fora de casa, o jogo de domingo, contra o Corinthians (16h, no Morumbi) passa a ser o da reabilitação alviverde – antes que os líderes se afastem ainda mais.

Depois de uma incrível arrancada de treze rodadas e apenas uma derrota, o Cori perdeu dois jogos seguidos (Santos e São Paulo) para adversários diretos. Isso atrapalha ainda mais a vida alviverde: o Internacional abriu três pontos de vantagem, o Santos quatro (com um jogo a menos), o São Paulo cinco e o líder Cruzeiro já tem sete pontos de frente. Os dois insucessos jogaram por terra parte da recuperação coxa.

E os quatro times citados acima venceram o Coritiba, o que denota a dificuldade que a equipe tem em enfrentar seus rivais (as outras duas derrotas foram para Grêmio e Juventude, ambas fora de casa). “Ano passado a gente ganhava dos grandes e perdia para os pequenos. Este ano é o contrário”, reconhece o técnico Paulo Bonamigo, visivelmente aborrecido com o rendimento do Cori contra o São Paulo.

Segundo o treinador, as falhas foram determinantes para a derrota de quarta. “Temos que reconhecer a qualidade do adversário, mas o Coritiba errou muito, principalmente no primeiro tempo”, afirma Bonamigo, sem querer citar nomes ou reclamar das ausências de seis titulares. “Se eu for olhar por esse lado, vai ser pior. Não vou desvalorizar os jogadores que lutaram muito”, diz.

Bonamigo admite que a principal falha aconteceu do meio para trás. “O Coritiba se caracteriza por ter uma forte marcação. Isso não aconteceu contra o São Paulo. Nós permitimos que eles partissem para o ataque, e demos liberdade para alguns jogadores, como o Gustavo Nery”, comenta. Não só isso – o Cori caiu como uma presa na armadilha de Roberto Rojas e Milton Cruz, que armaram o tricolor paulista para jogar no contra-ataque.

A preocupação agora é estancar a queda. “Vamos disputar mais um jogo importante, agora fora de casa, e temos que mostrar nosso futebol para conseguir a vitória”, resume Bonamigo, que tem consciência da importância do jogo contra o Corinthians. “É outro adversário que está chegando. Mas precisamos olhar para o Coritiba, e ter na cabeça que precisamos melhorar bastante”, diz.

Números

Com o resultado negativo de quarta, o Cori já perdeu onze pontos em casa (as derrotas para São Paulo, Cruzeiro e Inter e o empate com o Vasco). Em nove jogos no Couto Pereira, o aproveitamento coxa é de 59,26%. O curioso é que, fora de casa, o Coxa conseguiu exatamente onze pontos (três vitórias e dois empates, com aproveitamento de 45,83%), o que ?zeraria? a pontuação alviverde.

Conversa para sacudir o elenco

A preparação para o jogo de domingo começou ontem. O técnico Paulo Bonamigo reuniu-se a portas fechadas com o elenco do Coritiba. A conversa durou cerca de quarenta minutos, e serviu para ?sacudir? o grupo após a derrota para o São Paulo. O treinador quer mais qualidade na partida de domingo. E mudanças vão ocorrer.

No mínimo, duas alterações são certas. Reginaldo Nascimento e Tcheco, que cumpriram suspensão automática na quarta, vão voltar à equipe. Mas não se tem certeza de onde jogarão. “Posso adiantar mais o Tcheco, ele vem se saindo bem jogando na frente. E o Nivaldo fez uma boa partida…”, desconversou o treinador alviverde.

Não está descartada a possível modificação no posicionamento da equipe. No caso, a entrada de Nascimento no meio-campo, o avanço de Lima para o ataque e a saída ou de Edu Sales ou de Marcel. “Passou por mim esse pensamento, mas não tem nada definido. Amanhã (hoje) é que vou projetar o que pode acontecer”, avisou Bonamigo.

Além deles, Willians está a disposição do treinador – o volante também cumpriu suspensão. Mas como Brum voltou à equipe, dificilmente o jogador será titular no domingo. (CT)

Tribunal muda sentença e dá 120 dias a Vizzotto

O alívio durou pouco e se transformou em um sonho. O pesadelo da suspensão virou realidade para o goleiro Fernando Vizzotto, que foi punido ontem com uma suspensão de 120 dias, pena mínima para os atletas pegos no exame antidoping. De nada adiantou a triunfal passagem pela primeira comissão disciplinar do STJD. No julgamento de ontem, com todos os auditores, Vizzotto foi suspenso.

O recurso do caso (julgado há duas semanas) era automático: em casos de doping, o STJD obriga a um novo julgamento, com o chamado pleno do tribunal. Nessa situação, não são ouvidos depoimentos. “Segundo a informação que recebemos, não adiantaria sequer viajar”, explica o secretário coxa Domingos Moro. Por isso, apenas o advogado Fernando Barrionuevo seguiu para o Rio de Janeiro.

E talvez a falta de detalhamento do caso prejudicou o Cori. No primeiro julgamento, o goleiro, os médicos Lúcio Ernlund e Walmir Sampaio, além de Domingos Moro, estiveram no Rio, e as argumentações foram decisivas para a absolvição. Após ter um problema urológico, Vizzotto procurou um médico especialista. Este receitou a pomada Novaderm, que contém o elemento clostebol, que é dopante.

Apesar da confissão do goleiro, os auditores preferiram partir para a leitura da portaria 531/85 à risca. Isso implicou na pena, a mais branda no caso (poderia chegar a um ano de suspensão). Os médicos foram absolvidos, e o Coritiba terá que pagar uma multa de duas mil ORTNs, cerca de seis mil reais. Para Vizzotto, o pesadelo só vai passar em novembro.

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