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Sette Câmara exalta aprendizado na McLaren e prevê rotina pesada na F-1 e na F-2

O brasileiro Sérgio Sette Câmara está desbravando um mundo novo neste ano. Após mostrar consistência nas últimas duas temporadas na Fórmula 2, ele ganhou sua primeira oportunidade na F-1. Em 2019, ele será piloto de testes e de desenvolvimento da tradicional McLaren.

A chance, um grande teste para tentar uma vaga de titular no futuro, será acumulada com suas funções de piloto na F-2. Por isso, a rotina será pesada neste ano, principalmente porque ainda se adapta a sua nova equipe, a francesa DAMS, uma das mais fortes do campeonato. Morando em Barcelona, as viagens já se tornaram constantes para Woking, sede da fábrica da McLaren, na Inglaterra.

Enquanto trabalha nos simuladores, o piloto de 20 anos aguarda sua primeira oportunidade na pista, em treino livre de GP ou em algum teste de intertemporada. Nesta espera, vai acumulando novos aprendizados sem perder o foco na F-2.

Ele precisa terminar entre os três primeiros colocados no campeonato para obter a Superlicença, que dá permissão para os pilotos competirem na F-1. Nos testes da pré-temporada, ele mostrou serviço ao terminar as duas baterias entre os três mais rápidos. Confira abaixo a entrevista concedida ao Estado:

Quais são as chances de você participar de algum teste na F-1 ao longo da temporada?

Ainda não sei se vou participar de algum treino. Vai depender de algumas coisas. Vou procurar fazer o melhor trabalho possível na Fórmula 2 e no simulador (como piloto de testes). Mas não sei quais fatores vão influenciar especificamente essa oportunidade de treinar na pista. Acredito que, se eu mostrar um bom trabalho e maturidade, as chances aumentam.

Já percebe os primeiros aprendizados nesta função de piloto de testes da McLaren?

Já percebo, sim. Fiz muito trabalho de simulador na McLaren, o nível é muito alto. Eles exigem muito do piloto, pedem a sua opinião sobre o carro, sobre o acerto, sobre para qual direção a equipe deve ir. E tudo isso num nível de profissionalismo muito alto. Isso faz com que você tenha que melhorar e quebrar barreiras.

Como será a sua rotina, dividindo o seu tempo entre a Fórmula 2 e a Fórmula 1?

A rotina será mais intensa neste ano, com a Fórmula 2 e no trabalho de simulador na McLaren, por enquanto. Tenho que ficar no avião o tempo inteiro para visitar a fábrica. Além disso, são dois carros bem diferentes. São formas diferentes de pilotar. Se não tomar cuidado, posso me confundir. Mas até agora tem sido produtivo. Estou aprendendo muito e um trabalho não tem atrapalhado o outro. Pelo contrário, tem somado.

Você foi muito bem nos testes da pré-temporada da F-2. Quais as expectativas para o campeonato?

Fui bem nos treinos, mas o mais importante foi o tanto que a gente aprendeu. Na Fórmula 2, é impossível saber qual equipe está escondendo o jogo, qual equipe não está. Então, foquei mais no meu aprendizado. A equipe fez um bom trabalho. A expectativa é andar bem neste ano, estar na ponta, quem sabe brigando pelas primeiras colocações.

Como está a adaptação à nova equipe e ao novo carro?

O carro é muito diferente do ano passado, tive que me adaptar porque era um estilo um pouco diferente do meu. Mas pouco a pouco estamos chegando lá. O jeito de guiar da DAMS é um pouco diferente do que eu estava acostumado. Mas é um carro extremamente rápido. Eles provaram isso no ano passado. E também nos testes. Temos tudo para estar na ponta, mas vamos ter que trabalhar e mostrar resultado.

Você tem tido contato com o Alonso, que segue vinculado à McLaren?

Não tenho tido maior contato com o Alonso porque ele está no projeto da Indy. A última vez que eu o vi foi lá no GP do Brasil. Mas espero ter um contato maior com ele ao longo do ano porque ele é uma referência do automobilismo. É sempre bom ter algum convívio com ele.

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