A “Linsanidade” mudou de equipe. Principal personagem da última temporada da NBA, o fenômeno Jeremy Lin, 23, jogará a partir de agora pelo Houston Rockets.
O New York Knicks, equipe pela qual o armador explodiu neste ano, não quis igualar a proposta feita pela franquia texana -US$ 25 milhões (R$ 50,6 milhões) por três temporadas, sendo que, na última, Lin receberá US$ 15 milhões (R$ 30,3 milhões).
Curiosamente, Lin retorna ao time que o dispensou no fim de 2011, quando era uma das últimas opções do grupo, mesma condição de sua chegada aos Knicks. Graduado em economia em Harvard, filho de imigrantes de Taiwan, Lin nunca fez parte dos padrões que dominam os elencos da NBA.
Ignorado pelas equipes no draft, processo em que as franquias escolhem jogadores das universidades, conseguiu contratos temporários com o Golden State Warriors e o Houston -onde sua participação se limitou a poucos minutos em jogos de pré-temporada- antes de chegar a Nova York, no início de 2012.
No principal mercado americano, onde dormiu de favor no sofá de colegas, só ganhou chance quando todos os outros armadores da equipe não tinham condições de atuar.
Com Lin, os Knicks venceram sete jogos seguidos. No mais lembrado, o armador anotou 38 pontos contra o Los Angeles Lakers. Em março, porém, o atleta passou por uma cirurgia no joelho e perdeu o restante da temporada.
Nada que evitasse a imensa exposição de Lin. No auge da “Linsanidade”, era quase impossível comprar ingressos para jogos dos Knicks e encontrar lojas esportivas da cidade que não monopolizassem suas vitrines com a camisa número 17 do armador.
Lin era um agente livre restrito, o que quer dizer que ele poderia acertar com outra equipe, mas com a possibilidade de o New York igualar os valores para mantê-lo. Apesar de seu próprio desejo, não foi o que aconteceu.
“Honestamente, eu preferia Nova York”, disse o atleta ao site da “Sports Illustrated”. “Mas meu objetivo era ir para um time que me quisesse e tivesse planos para mim.”
Mike D’Antoni, auxiliar da seleção americana de basquete que se prepara para Londres-2012, foi quem lançou Lin nos Knicks. Ele demonstrou surpresa com a saída, mas criticou os que não acreditam que o armador possa repetir as atuações que lhe deram fama repentina.
“É um ótimo contrato para ele, e o Houston conseguiu um grande jogador. Ele tem muita determinação e será um bom atleta. Ninguém sabe em que nível, mas eu não apostaria contra”, afirmou.
“Acho que ninguém sabe qual é o ponto alto dele. Estou pronto para ver o que está por vir”, declarou Carmelo Anthony, agora ex-companheiro de Lin, que dias atrás classificara a proposta dos Rockets como “ridícula”.