Liberada nesta terça-feira para voltar a competir, Caster Semenya manifestou satisfação pela decisão da Federação Internacional das Associação de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês). Agora, ela poderá participar do Campeonato Mundial Juvenil em Moncton, no Canadá, a partir do dia 19 de julho. A atleta foi submetida a exames de gênero depois da sua vitória impressionante no Mundial de Berlim em agosto de 2008.
“Estou entusiasmada de entrar novamente em uma arena de atletismo mundial e de voltar a competir, deixando para trás todas as disputas”, disse Semenya, campeã mundial dos 800 metros, que poderá voltar a competir depois de 11 meses por conta de uma controvérsia sobre o seu gênero.
Richard Stander, dirigente da Federação Sul-Africana de Atletismo, disse que a organização estava “pondo em prática a decisão das Iaaf com efeito imediato” e que Semenya será considerada para a equipe sul-africana no Mundial Juvenil, dependendo ainda de uma avaliação física em Pretória, na quarta-feira, exigida para todos os competidores.
“Claro que estamos felizes”, disse Stander. “Quando um atleta não pode competir é frustrante para ele e para nós como federação”. O dirigente apontou o Campeonato Africano, em Quênia, no final de julho, e os Jogos da Commonwealth, em outubro, na Índia, como possibilidades mais realistas para o retorno de Semenya depois da sua larga ausência das competições.
Os advogados da atleta disseram em uma declaração que as negociações com Iaaf foram longas. “Nossas negociações diretas com os representantes da Iaaf, por meio de mediadores, se prolongaram durante dez meses”, disse Greg Nott, sócio-gerente de Dewey e LeBoeuf em Johannesburgo. “Foram feitas reuniões em Montecarlo, Istambul e Paris, mas devido à natureza do assunto, as partes decidiram manter as negociações confidenciais”.