Sem parceiro ideal de treino na luta, Aline Silva buscará ouro inédito no Pan

Enquanto algumas modalidades deixam os Jogos Pan-Americanos em segundo plano, a luta olímpica brasileira conta com a determinação de Aline Silva na busca pelo ouro inédito em Toronto. A lutadora, que ficou com a medalha de prata no Pan de Guadalajara, em 2011, acredita que a competição no Canadá será um termômetro para a disputa dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

No entanto, Aline tem tido dificuldades durante a sua preparação. A delegação tem apenas três sparrings (atletas que ajudam as “titulares” nos treinos) para cinco atletas concentradas na Universidade de York, base da equipe. E a vice-campeã mundial sofre com a ausência de uma ajudante, já que no País não há lutadoras com peso e força equivalentes ao dela. Em Toronto, ela competirá na categoria até 75 kg.

“Eu perco um pouco de ritmo. Peso 80 kg, a menina da categoria de baixo quando está muito pesada vai ter 75 kg e isso conta muito na luta já. Quando vou treinar para não machucar ela, eu tenho que dosar minha força, tomar cuidado”, explica.

O seu sparring ideal, o marido Flávio Ramos, ficou no Brasil. A atleta diz que ainda não tem condições de bancar a viagem dele e precisaria do apoio da Confederação Brasileira de Lutas Associadas para tê-lo ao seu lado durante as viagens. Mas algumas barreiras têm impedido que isso seja concretizado, como o fato de ele ser do sexo masculino inserido em uma delegação feminina e a relação afetiva entre os dois.

Quanto ao envolvimento emocional, Aline destaca o seu profissionalismo. “Ele é meu marido e as pessoas podem confundir. Mas cada um tem a sua responsabilidade, eu estou bem centrada no que preciso para o meu rendimento.” E ela já adota algumas manobras para desviar dos obstáculos. “No meu dia a dia tenho que compensar com um treino extra, fazer melhor detalhadamente minha técnica ou compensar sendo mais rápida. E isso vai me deixar preparada.”

De olho em 2016, a esperança da lutadora é a de que essa situação seja superada em breve. “É uma barreira que a gente tem de ultrapassar, uma barreira que até a Olimpíada a gente deve acertar, é uma situação nova também”, afirma.

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