Sem Neymar, seleção fica mais ‘retraída’ em Teresópolis

Ainda sob efeito da saída repentina de Neymar da seleção brasileira, os demais jogadores demonstram que o baque não foi superado. Na noite de sábado, o salão de jogos da Granja Comary ficou vazio, ao contrário do que ocorria nos outros fins de semana, em que o grupo se reunia em Teresópolis. As mesas de pingue-pongue, sinuca e pebolim permaneceram intactas.

Já no treino dos reservas, na tarde de domingo, era nítido que os atletas estavam retraídos. Mal se falavam em campo. Enquanto os jogadores treinavam com uma equipe de base do Fluminense, os titulares da seleção se sentavam ao lado dos auxiliares do técnico Luiz Felipe Scolari e acompanhavam a atividade dos colegas em silêncio.

Só mesmo David Luiz parecia disposto a reanimar o ambiente. O zagueiro brincava com uma bola e acenava para torcedores que se aglomeravam atrás de um alambrado. De acordo com um integrante da comissão técnica, o grupo se mostrava mais contido também em razão da ansiedade pela disputa da semifinal, nesta terça-feira, contra a Alemanha, no estádio do Mineirão.

Ele, no entanto, disse que o aparente “torpor” tinha relação direta com a lesão que deixou Neymar fora da reta final da Copa do Mundo, “embora o grupo já tivesse reagido melhor nas últimas horas”.

DIVÃ – O encontro com a psicóloga Regina Brandão, cuja presença na Granja Comary já estava prevista antes da contusão do atacante, foi a última atividade do dia. Ela enfatizou a necessidade de a equipe se desvincular da dependência de apenas um jogador para avançar no Mundial, o que já fez outras vezes, e disse que a resposta dos atletas foi muito boa.

Em entrevista, à tarde, os meias Bernard e Willian garantiram que não vai ser por falta de equilíbrio emocional que a seleção vai deixar de superar a Alemanha. “O Neymar traz felicidade para o grupo, passa palavras positivas em quaisquer situações. Com tranquilidade e maturidade, vamos passar por cima disso, sem nos apavorar”, declarou Bernard.