Sem grana, Paraná ameaça um boicote

O Paraná Clube articulou e hoje haverá reunião dos sete clubes que não integram o Clube dos 13 para discutir a questão das cotas de televisão, às 13 horas, em São Paulo. Há algum tempo, as diretorias desses clubes vêm buscando um posicionamento oficial da associação de clubes ou da Rede Globo em relação aos valores a que cada um terá direito neste segundo semestre, mas as informações são desencontradas.

Inicialmente, foi dito que cada equipe não pertencente ao Clube dos 13 teria direito a apenas R$ 900 mil, pouco mais da metade da cota do ano passado. No entanto, nos bastidores comenta-se que num contato informal de um dirigente do Figueirense com a cúpula do patrocinador, descobriu-se que esse valor é superior. Pelo que foi informado, Paraná, São Caetano, Ponte Preta, Figueirense, Paysandu, Gama e Juventude têm direito a mais R$ 3 milhões, quantia a ser dividida entre eles.

Essa nova possibilidade fez com que a reunião fosse convocada com caráter de urgência, inclusive com um convite especial a um representante do Clube dos 13, possivelmente Mustafá Contursi, do Palmeiras. A briga das equipes é para conseguir ao menos os valores pagos no ano passado. Se os R$ 3 milhões realmente se somarem aos R$ 6 milhões inicialmente anunciados, após o rateio o valor ficaria muito próximo.

“Estamos preocupados, pois temos contas a pagar e até agora ninguém nos deu um posição. Enquanto isso, pelo que soubemos, os integrantes do Clube dos 13 já teriam recebido a primeira parcela”, explicou o superintendente de futebol Ocimar Bolicenho. Na temporada 2001, o Tricolor teve direito à uma cota de R$ 1,6 milhão, contra R$ 900 mil de agora. O dirigente não descarta a possibilidade de que estas equipes não assinem contrato, caso suas reivindicações não sejam aceitas. Neste caso, os jogos destes sete clube não poderiam ser televisionados.

Temendo o pior, o Paraná Clube passou por um processo de redução de folha de pagamento, abrindo mão do meia Lúcio Flávio, cujo salário estimado é de R$ 35 mil e dos experientes Hélcio e Ageu, que também foram emprestados. A intenção da diretoria é evitar atrasos salariais, que têm sido motivo de alegação em ação trabalhistas movidas por alguns atletas, como Frédson e André, que ainda está em litígio com o clube. No Tricolor, a filosofia do momento é previnir, para não ter que remediar.

Mais 3 “reforços” para Otacílio

Irapitan Costa

Márcio, Alexandre e Luís Paulo estão de volta. O trio – que defendeu o Iraty, sem sucesso, no seletivo para a Sul-Minas – reforça o Paraná Clube já para o amistoso do próximo domingo, em Toledo. O técnico Otacílio Gonçalves espera qualificar seu time e corrigir os erros apresentados contra o Juventude com a presença dos três titulares. O outro reforço que virá de Irati, o meia-direita Thiago, só deve se apresentar amanhã. No primeiro teste, o rendimento ofensivo ficou aquém do esperado.

Otacílio Gonçalves reconhece que o time até tocou bem a bola, mas faltou sentido de penetração e, consequentemente, “poder de fogo”. A falta de entrosamento colaborou para que o Paraná tivesse essa dificuldade. Com as presenças de Márcio e Alexandre, o time deve crescer ofensivamente. O time só começa a ser preparado a partir de amanhã, mas é certo que os dois serão aproveitados. Com Alexandre fazendo a ligação entre meio-de-campo e ataque, Maurílio volta à sua real posição, no ataque. Mesmo com Bosco tendo tido bom rendimento – faltando apenas mais qualidade nos cruzamentos -, Luís Paulo também deve voltar ao natural.

Márcio chegou dizendo estar com a cabeça centrada no Paraná e no Campeonato Brasileiro. “Muito se falou, mas não há nada certo. Se nenhum fato novo ocorrer, tenho mais é que trabalhar e ficar à disposição do treinador”, disse. O atacante já participou do treinamento de ontem à tarde – um trabalho específico de finalizações. Apesar do fracasso do Iraty, Márcio acredita que a passagem pelo time do interior foi positiva para ele, que pôde recuperar a condição técnica. Devido à uma pubalgia, o artilheiro ficou parado um bom tempo durante o primeiro semestre.

O goleador vem sendo anunciado com freqüência como um possível reforço do Flamengo, mas na mesma proporção a diretoria paranista nega qualquer transação. Márcio só sairia vendido e o clube carioca insiste no empréstimo do jogador. “Temos um grande dificuldade financeira. Se não há uma proposta vantajosa para sanarmos a falta de dinheiro, melhor mantermos o jogador e contar com os seus gols neste campeonato”, comentou o presidente Enio Ribeiro. Os dirigentes também descartaram a possibilidade do clube liberar o zagueiro André para o Flamengo, como foi noticiado no Rio de Janeiro.

André está em litígio com o Paraná e reclama seus direitos federativos na Justiça do Trabalho, alegando salários atrasados. Ao contrário de Fredson, que está na Espanha, André não conseguiu liminar e por isso está impedido de se transferir para qualquer clube enquanto caso não for julgado. A audiência de conciliação está marcada para a próxima quinta-feira. Na semana passada, o procurador do atleta tentou acordo com o Paraná. Pretendia sua liberação para o Flamengo (que ofereceu salários de R$ 20 mil ao jogador) apenas com uma cláusula: se o jogador fosse negociado futuramente, o Tricolor receberia indenização de R$ 500 mil. A proposta foi rechaçada de imediato.

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