Uma seleção defensiva e jogando como time pequeno. Apenas esperando a oportunidade para puxar o contra-ataque. Assim foi o Brasil contra o Chile, ontem. Apesar da derrota por 2×0, a ideia praticada pelo técnico Dunga deu certo, mas em partes. Durante toda a partida os donos da casa pouco pressionaram, apesar da vitória. Mas a seleção brasileira parecia não saber o que fazer com a bola nos pés.

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Embora tivesse cinco homens no meio-campo, sendo três deles ofensivos – Oscar, Willian e Douglas Costa -, a bola pouco passava pelo setor, muitas vezes com a defesa ligando o ataque diretamente na base do chutão. Quando o meio era acionado, tinha muita liberdade para trabalhar as jogadas e partir em velocidade, principalmente pelos lados do campo, mas quando chegava na área chilena, pouco produzia.

O principal problema era a bola não chegar até Hulk. O Brasil insistia em correr para as laterais e tentar o cruzamento, jogada que não deu certo nenhuma vez. Além disso, a seleção não conseguia aproveitar os vários contra-ataques que o adversário permitiu, seja por errar o passe decisivo, ou por não finalizar. Somente quando Ricardo Oliveira, centroavante de ofício, entrou, é que o time chutou mais a gol.

Time travado

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Outro aspecto que se mostrou um problema foi a falta de um elemento surpresa. Os dois laterais só subiram em poucos momentos e Elias, tão acostumado a ser esta surpresa no Corinthians, ficou muito preso na marcação, mostrando que o empate era bom resultado e que o mais importante era não sofrer gols.

Dunga admite falhas da seleção

Apesar da derrota, o técnico Dunga viu aspectos positivos na equipe. Para o treinador, a seleção jogou bem e jogou no mesmo nível que o Chile. No entanto, ele admitiu que o Brasil não foi competente na hora de concluir as jogadas, principalmente por escolhas erradas. ”Perder ninguém gosta, mas a partida estava igual, principalmente no primeiro tempo. No segundo tempo tivemos vários contra-ataques, mas não tomamos as decisões mais corretas. Tivemos duas ou três chances ainda de empatar, mas faltou um homem ali na área para finalizar”, analisou Dunga.

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Criticado pelas escolhas, como por ter demorado a mexer no time, o treinador ainda usou como exemplo o próprio adversário, que há anos joga praticamente com a mesma formação e jogadores, mas que demorou para engrenar. “O Chile é uma equipe que já vem jogando junto há mais de cinco anos. Uma coisa interessante é que quando o Chile começou a jogar assim, sofria muitos gols, mas mesmo assim não mudou a forma de jogar”, completou o comandante da seleção.