Seleção foi um fiasco, mas com o bolso cheio

Com um futebol decepcionante, a seleção brasileira ficou num empate por 0 a 0 com a China, em partida realizada ontem pela manhã no Estádio Olímpico de Guangdong, em Guangzhou.

No jogo que marcou a volta da dupla Parreira/Zagallo, o time jogou um futebol desinteressado, burocrático e sem nenhuma criatividade, fazendo prever que a comissão poderá ter problemas pela frente, quando vai enfrentar adversários teoricamente mais fortes. No dia 29 de março, a seleção volta a campo para a partida contra Portugal e no dia 30 de abril, enfrenta os Estados Unidos, em Nova York jogos que servirão de preparação para as eliminatórias da Copa do Mundo.

A CBF aproveitou o amistoso, pelo qual recebeu a cota de U$ 1 milhão, para divulgar o progama Fome Zero, instituído pelo governo Lula. Os jogadores entraram no gramado com uma camiseta branca, na qual estava a inscrição: ?Fome Zero. Esta bandeira também é minha?. Se o time estava engajado politicamente, deixou muito a desejar quando a bola rolou.

O primeiro tempo da seleção foi muito ruim. Tocando bola lateralmente, e de forma extremamente lenta, a equipe esteve longe apresentar o espetáculo prometido pelo treinador. Com um futebol aborrecido, o time de Parreira não criou uma chance de gol sequer durante todo o 1.º tempo. O único momento de algum perigo, aconteceu aos 29 minutos numa cobrança de falta de Rivaldo, que o goleiro defendeu.

Os chineses uma seleção fraca tecnicamente e sem nenhuma força ofensiva faziam uma marcação forte na intermediária de defesa. De vez em quando, o time se arriscava num contra-ataque, mas também não chegava a levar perigo ao gol de Dida.

Os chamados ?4R?s? tiveram atuação decepcionante: Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Ronaldo não fizeram nenhuma jogada de relevância, para frustração das mais de 80 mil pessoas que lotaram o estádio. No segundo tempo, Parreira mudou e o time melhorou. Ronaldo que reclamou de dores na panturrilha em conseqüência de uma pancada que recebeu logo aos três minutos de jogo foi substituído por Amoroso. O time ganhou maior velocidade e as chances de gol começaram a aparecer.

A primeira aos 7 minutos, numa falta cobrada por Roberto Carlos, que passou muito perto do travessão. Aos 14, Ronaldinho Gaúcho arrancou da intermediária depois de se livrar de três adversários e lançou Amoroso, que tocou por cobertura sobre o goleiro. Rivaldo pegou a sobra e quase marcou.

Aos 18 minutos, Ronaldinho Gaúcho dá lugar a Denílson e o futebol de Rivaldo começa a aparecer um pouco mais. Com maior liberdade no meio-de-campo, o jogador do Milan participou de outras três boas oportunidades, mas não conseguiu marcar.

Aos 30 minutos, Parreira mudou de novo. Emerson e Juninho Pernambucano entraram no lugar de Zé Roberto e Kléberson, respectivamente, e o ritmo da equipe voltou a cair. Os toques laterais voltaram e com eles, o jogo aborrecido do primeiro tempo. Muito pouco para quem cobrou US$ 1 milhão pela ?exibição?.

Parreira atribui empate ao cansaço dos jogadores

O cansaço pela desgastante viagem foi a principal justificativa do técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, para o péssimo desempenho da equipe, no empate sem gols, com a China, ontem pela manhã.

O treinador reconheceu a má atuação, mas frisou que o Brasil melhorou no segundo tempo. ?Este resultado não me surpreende. Pegamos um time supermotivado, bem fisicamente e que estão jogando em casa?, disse Parreira. ?Eles se fecharam e tentaram nos surpreender.?

Parreira ainda afirmou que a partida ?valeu? porque teve a oportunidade para observar alguns jogadores. O próximo amistoso do Brasil acontece no dia 29 de março, contra Portugal, no Porto.

O meia Rivaldo, do Milan, também fez coro às justificativas de Parreira. O atleta ressaltou o cansaço que todos os brasileiros sentiram, por causa da viagem até a China. Mas, ele destacou que os jogadores já estavam cientes das dificuldades. ?O empate está de bom tamanho?, afirmou.

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