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Seleção feminina de rúgbi joga pela vaga nos Jogos de Tóquio-2020

As Yaras, como a seleção brasileira feminina de rúgbi é conhecida, podem conquistar a classificação olímpica para os Jogos de Tóquio-2020 neste domingo, no último dia de disputas em Lima, no Peru. Com dez seleções participando do Pré-Olímpico e apenas uma vaga para a América do Sul, a equipe é favorita, mas só vai carimbar o passaporte se obtiver o título no torneio.

No primeiro dia de disputas, neste sábado, o Brasil passou fácil por Venezuela (55 a 0), Guatemala (55 a 0) e Paraguai (50 a 5). Neste domingo, fará o último jogo da primeira fase contra o Peru, depois disputará a semifinal e, caso vença, a final. Recentemente, o time verde e amarelo conquistou seu 15º título sul-americano consecutivo, mantendo uma hegemonia história no continente. Mas nem por isso as atletas acreditam que será fácil.

“A gente está sempre com os pés no chão. Sabemos da nossa história e isso é sempre uma pressão maior. Independentemente de qualquer coisa que esteja em disputa, a gente tem essa pressão de manter essa hegemonia. Por isso vamos sempre dar 100%. Nunca entramos de salto alto, respeitamos todas as equipes e fazemos isso colocando nosso melhor em campo. Se dermos o nosso melhor, qualquer que seja o resultado, estaremos satisfeitas”, avisa Raquel Kochhann, capitã do Brasil.

Da seleção que disputou os Jogos Olímpicos no Rio-2016 só restou ela e Isadora Cerullo neste grupo em Lima. Outras atletas, como Beatriz Futuro, Haline Scatrut e Luiza Campos, estão na seleção, mas não foram convocadas para o Pré-Olímpico pelo técnico Reuben Samuel, da Nova Zelândia, um profissional especializado na detecção e formação de talentos.

“A nossa expectativa é conseguir colocar em campo tudo que a gente vem treinando. Pudemos afinar nosso jogo e o objetivo obviamente o primeiro lugar para conquistar a vaga”, diz Raquel.

As Yaras vivem um ótimo momento. Além do recente título sul-americano, a equipe também conquistou a vaga fixa na Série Mundial, que conta com as melhores seleções do mundo. Isso vai dar experiência para o grupo jovem e será um bom teste contra rivais mais fortes. “A gente vem se preparando faz um tempo, desde que conquistamos a vaga em Hong Kong, aí nosso foco foi diretamente para esse torneio qualificatório. Tem a parte técnica, tática, de condicionamento, e trabalhamos duro para conseguir colocar em campo nosso resultado”, explica Raquel.

O Torneio Pré-Olímpico será disputado no estádio de rúgbi do Complexo Andrés Avelino Cáceres, construído para os Jogos Pan-Americanos de Lima. Ele foi inaugurado recentemente e a competição servirá como evento-teste para o Pan. “A nossa expectativa é alta, pois nunca perdemos um jogo na América do Sul e trabalhamos todos os dias para conseguir manter esse resultado”, lembra Raquel, ciente da hegemonia das Yaras no continente, onde a seleção nunca perdeu em jogos oficiais.

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) espera a classificação olímpica para poder dar mais um passo nesse processo de renovação. A média de idade da equipe é de 21 anos e o grupo vem ganhando experiência. O fato de ter se classificado para disputar a Série Mundial vai contribuir muito para isso.

“Se conquistarmos a vaga olímpica, teremos oito etapas da Série Mundial, começando em outubro e terminando em junho, como uma excelente preparação contra as melhores equipes do mundo para os Jogos de Tóquio”, comenta Agustín Danza, CEO da CBRu.

BRASIL JÁ TEM 24 CLASSIFICADOS – O Comitê Olímpico do Brasil (COB) espera levar para os Jogos de Tóquio entre 250 e 350 atletas. Até o momento, o País tem apenas 24 competidores confirmados para 2020: a seleção feminina de futebol, com 18 jogadoras, e seis atletas da vela, em quatro classes diferentes (Nacra 17, Laser, Finn e 49er FX).

Alguns representantes do atletismo conquistaram o índice olímpico em suas provas, como Darlan Romani (arremesso de peso), Daniel Chaves da Silva (maratona), Caio Bonfim e Erica Sena (marcha atlética 20 km), mas como a Confederação Brasileira de Atletismo ainda não definiu os critérios de classificação para a próxima Olimpíada, não dá para colocar esses competidores no grupo de garantidos em Tóquio.

Caso a seleção feminina de rúgbi obtenha sua classificação neste domingo, serão mais 12 pessoas na delegação do Time Brasil para os Jogos no Japão. Essa lista tem tudo para aumentar nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que vão distribuir vagas diretas em 14 modalidades brasileiras: saltos ornamentais, nado artístico, polo aquático, handebol, hipismo adestramento, saltos e CCE, hóquei sobre grama, tênis, tiro com arco, tiro esportivo, vela, pentatlo moderno e surfe.

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