Seleção brasileira chega hoje ao Brasil. Com a taça

Com a Copa do Mundo na bagagem, a delegação brasileira deixou o hotel em Yokohama, no Japão, por volta das 5h da manhã de ontem rumo ao aeroporto de Narita, nos arredores de Tóquio. Uma grande concentração de torcedores estava na porta do hotel para saldar os pentacampeões mundiais. O vôo está previsto para chegar ao Brasil entre 7h e 8h da manhã de hoje.

Yokohama (AE) – Antes de aterrissar em terras brasileiras, o avião fará um escala em Los Angeles, nos EUA. A primeira parada no Brasil será em Brasília, onde serão recepcionados no Palácio da Alvorada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, a avião segue para o Rio de Janeiro e finalmente São Paulo.

Antes de deixar o hotel, o técnico Luiz Felipe Scolari deu uma rápida entrevista aos jornalistas. Felipão não quis adiantar sua decisão de permanecer ou não no comando da seleção brasileira. “Encerramos a primeira etapa do que tínhamos combinado. Sou técnico da seleção até chegarmos ao Brasil”, declarou Scolari.

Foi a primeira vez que Felipão usou a expressão “a primeira etapa”, o que deixa a torcida brasileira com esperança de continuar tendo o técnico no comando do time. Desde o início, Scolari afirmou que não continuaria como técnico da seleção após o mundial, independentemente do resultado. Sobre a expectativa da recepção no Brasil, Scolari disse que já foi campeão pelo Grêmio e Palmeiras, mas que a festa de 160 milhões de brasileiros pela conquista da Copa do Mundo será bem diferente. Scolari comentou ainda que recebeu várias ligações de jogadores do Brasil, amigos de Felipão, parabenizando-o pela conquista do penta.

Felipão quer ficar. Mas ainda tem dúvida

Antero Greco e Eduardo Maluf

Yokohama, Japão

(AE) -A CBF já se manifestou. Quer Luiz Felipe Scolari no comando da seleção para as eliminatórias e para a próxima Copa, mas o treinador ainda tem dúvidas sobre o que será melhor para seu futuro. Seguir o trabalho e buscar o hexacampeonato ou sair por cima, como campeão mundial, sem correr riscos de perder prestígio com possíveis tropeços? Pelo discurso que adotou ontem, em Yokohama, antes de embarcar rumo ao Brasil, deu pistas de que gostaria muito de ficar, embora um de seus sonhos seja dirigir um clube europeu. “Terminamos uma primeira etapa do trabalho. Agora quero voltar ao Brasil, à minha casa, à convivência com a família, para depois ver o que vai acontecer.”

Uma das opções é fazer como Carlos Alberto Parreira, após o Mundial dos Estados Unidos, em 1994. Capitalizar em cima do triunfo por alguns anos e escolher onde trabalhar. A partir de agora, convites não faltarão. O São Paulo, por exemplo, havia demonstrado interesse em contratá-lo, no início do ano, mas não pôde esperá-lo para fazer a oferta. A prioridade, contudo, parece não ser essa por enquanto.

Seu filho Leonardo, de 18 anos, que estava no Japão para acompanhar a decisão do torneio, disse que gostaria de continuar vendo o herói da família no comando da seleção. Opinião que conta, embora Felipão diga exatamente o contrário. “Meu filho não apita nada.” Em determinadas ocasiões, seu subconsciente falou como técnico da seleção nas eliminatórias para a Copa de 2006. Afinal, o ex-gremista e ex-palmeirense gosta de novos desafios e, como todos os treinadores, de manter-se em evidência. Para isso, não há lugar melhor que a seleção.

“Não é só porque somos os campeões do mundo que os adversários vão tremer nas eliminatórias. É preciso ter um enfoque diferente, porque os jogos não serão fáceis.” Não fossem as cobranças, a pressão popular e o excesso de tempo longe da família num cargo como o de comandante da seleção, já teria dito sim ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e ao secretário-geral, Marco Antônio Teixeira. “Gostei muito de trabalhar na seleção.”

A opinião dos familiares e as propostas que aparecerem nos próximos dias vão indicar seu futuro. E, até o fim da próxima semana, deverá haver uma definição. Por enquanto, pende para mais alguns anos de seleção brasileira. A não ser que surja algum clube grande da Europa na parada.

Ontem, no Japão, começou-se a falar que a Federação Japonesa tem interesse em sua contratação e pode fazer convite nos próximos dias. Mesmo que lhe ofereçam uma fortuna, porém, não trocará o Brasil pelo Japão. Deverá ser a primeira de uma série de propostas que receberá nos próximos dias.

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