Schumacher agradece a Deus

Hockenheim – Michael Schumacher parece não ter mais limites na Fórmula 1. Uma semana depois de conquistar com vitória, na França, o pentacampeonato mundial, o alemão da Ferrari repetiu a dose, desta vez no GP de seu país, em Hockenheim. Insaciável, Schumacher chegou a nove vitórias no ano, recorde que divide com Nigel Mansell e que já havia igualado três vezes antes, em 1995, 2000 e 2001.

O estoque de agradecimentos do piloto, que normalmente divide os méritos de cada resultado com os integrantes de sua equipe, parece ter se esgotado. Restaram os céus. “Obrigado, Deus”, foi o que disse Schumacher ontem após a corrida. Ele nunca havia vencido o GP da Alemanha pela Ferrari.

“Sonhei com esse resultado durante muito tempo. Nos últimos três anos a gente teve muitas alegrias, mas parecia que Hockenheim não era para mim. Ganhar aqui significa demais, ver a multidão comemorando depois da corrida foi mesmo a realização de um sonho”, exultou o piloto. “Só posso agradecer a Deus por me dar essa chance.”

Foi a 62ª vitória da carreira de Schumacher, e no estilo que o consagrou: sem dar chances a ninguém. Largou na pole, fez a melhor volta, e só perdeu a liderança quando parou nos boxes. Debaixo de um sol de rachar mamona, terminou a prova como sempre: inteiro e sorridente.

O pódio da 12ª etapa do Mundial foi completado pelos dois pilotos da Williams, Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher. O colombiano ganhou a posição a quatro voltas do fim, quando seu companheiro teve de fazer um pit stop não programado.

Rubens Barrichello, quarto colocado, também deu azar. Seria o terceiro colocado natural, se não fosse um problema no segundo pit stop, quando a tampa do tanque de gasolina de seu carro não abriu. Ele perdeu tempo e a posição para Montoya. David Coulthard, da McLaren, foi o quinto, e Nick Heidfeld, da Sauber, o sexto. Seu companheiro Felipe Massa terminou em sétimo, depois de receber a ordem da equipe para entregar a posição ao alemão. O brasileiro saiu de Hockenheim irritado com a decisão do dono do time, Peter Sauber. “Eu não queria deixar passar, mas ele gritou comigo no rádio e tive de deixar.”

A F-1 agora faz uma pausa de três semanas até a próxima etapa, em Budapeste, no dia 18 de agosto. Férias de verdade. Até lá, todos os testes são proibidos. Schumacher, 106 pontos no campeonato, agradeceu a folga. “Está sendo uma temporada cansativa. Vou ficar com minha família e recarregar as baterias”, falou o alemão. Azar dos adversários. Se cansado ele faz o que faz, é de se imaginar do que será capaz quando voltar, como disse, recarregado.

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