Rojas é um grande treinador ou uma pessoa de muita sorte. Está mais para a primeira alternativa. Ontem, na Bahia, sem seis titulares, o técnico do São Paulo não teve pudor em fechar o time e viver apenas dos contra-ataques contra o Vitória. Em alguns momentos, podiam ser vistos sete são-paulinos na defesa. E foi assim que o time paulista fez dois gols no primeiro tempo, com Fabiano e Rico, e venceu por 2 a 0. Essa foi a tônica do jogo: os baianos iam para cima e se abriam, enquanto os paulistas cansavam de errar gols.
Rojas não pôde contar com Luís Fabiano, Gustavo Nery e Carlos Alberto, suspensos, e ainda não teve Kaká e Júlio Baptista (na seleção sub-23). Ricardinho, recuperado de contusão mas sem condições físicas, foi outro desfalque. Desses, Luís Fabiano certamente foi a ausência mais sentida.
Mesmo em casa, nem deu tempo para o Vitória sufocar. Aos 6 minutos, na primeira vez que o São Paulo foi ao ataque, marcou o gol. Alexandre roubou bola no meio-de-campo e achou Fabiano, que acertou um chute forte no canto esquerdo de Juninho. Na segunda oportunidade, outro gol, dessa vez com Rico, aos 28. Ele recebeu fora da área, girou sobre Marcelo Heleno, driblou Adaílton e tocou na saída do goleiro: 2 a 0.
O São Paulo podia ter ampliado o placar. Chances não faltaram. Aos 4 minutos do segundo tempo, Adriano deu belo passe para Rico, que ia ficar sozinho na cara do gol se o bandeirinha não marcasse impedimento – que não houve.
Aos 5, Rico avançou com a bola ainda do campo de defesa, teve várias oportunidades para tocar, mas preferiu ir sozinho. Se enrolou todo e acabou sendo bloqueado pelos zagueiros.
O time baiano insistia nas bolas alçadas e nos chutes de longe, mas a defesa são-paulina, quem diria, levou a melhor em todos os lances. Rogério Ceni também esteve bem na partida.
Rico, aos 16, conseguiu errar com o gol aberto. Sorte dele é que o juiz marcou impedimento, assim pelo menos a falha foi esquecida. Marco Antônio teve chance em seguida, Rico, de novo, um minuto depois.
Aos 24, o torcedor são-paulino deve ter ido à loucura. A bola cruzou a área toda do Vitória, ninguém pôs para dentro. Diego Tardelli apareceu pouco, bem menos do que se esperava do “clone de Luís Fabiano”. Rico, por sua vez, apareceu demais.
Aos 33, os paulistas ficaram com um a menos. Alexandre deixou o futebol de lado e deu um coice no adversário. Daí para a frente, o São Paulo reduziu a velocidade. Aos 40, para fechar ainda mais o time, Rojas tirou Rico e pôs o volante Gallo. Placar final: 2 a 0, resultado que manteve os paulistas na vice-liderança do Brasileiro, com 41 pontos.