Momento delicado

Salários atrasados no futebol devem ter novo capitulo hoje

Um novo capítulo da história que envolve salários atrasados no futebol brasileiro pode ser escrito através de uma atitude extrema. Hoje, os jogadores do Grêmio Barueri podem não entrar em campo diante do Tombense, às 19h, pela Série D do Campeonato Brasileiro, pelo não pagamento de salários. A atitude foi tomada na semana passada na quinta rodada da quarta divisão, quando jogadores se recusaram a entrar em campo para enfrentar o Operário-MT. Situação parecida vive o Icasa, que hoje enfrenta o Vasco da Gama no Rio de Janeiro com três meses de salários atrasados. Os jogadores foram orientados pelo Sindicato dos Atletas Profissionais do Ceará de não entrar em campo até que a divida seja quitada.

Drama vivido também pelos jogadores do Paraná, que também ameaçaram parar as atividades caso os salários não fossem pagos. Segundo Domingos Moro, advogado especialista em direito esportivo, a greve é um direito assegurado pela lei. “A Lei Pelé trabalha em duas vertentes. Uma é a possibilidade de o atleta rescindir seu contrato pela inadimplência contratual, seja ela por um período ou pela repetição de atrasos continuados. Essa é uma delas a outra é um dispositivo que assegura o atleta o direito de não competir se não estiver com essas condições salariais satisfeitas dentro daquilo que foi combinado entre as partes”, disse Moro, que também comentou sobre as consequências para os clubes que não pagam suas dívidas.

“Em tese essas possibilidades asseguradas aos atletas vão impactar no resultado desportivo através do WO, onde o clube perde os pontos do jogo, o que se repetido pode proporcionar o alijamento do clube na competição em disputa. E isso é ruim para o desporto”, completou o advogado e ex-dirigente.

Essas atitudes tendem a mudar uma situação que atinge muitos clubes do futebol brasileiro. Hoje os jogadores estão respaldados na lei, mas essa é uma discussão que deve se estender pelos tribunais. “Acho que precisa ser muito bem pensado, uma fórmula para solucionar isso, mas no sentido de responsabilizar sim aquele que contratou, pois o clube é gerido, ele não age por si só. Tem que haver um tipo de punição, mas essa é uma discussão que vai longe pois perder pontos vai atingir a prática do desporto, com mudanças em campeonatos, classificação e muito mais. É preciso ser muito bem pensado”, finalizou Domingos Moro.

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