O boxe brasileiro terá um de seus principais capítulos escritos em 15 de março, na Filadélfia, nos Estados Unidos, onde Rose Volante vai enfrentar a irlandesa Katie Taylor, em duelo unificatório dos pesos leves (até 60 kg).
“Sei da importância desta luta e estarei preparada para vencer. Vai ser campeã contra campeã”, afirmou a pugilista brasileira, ao Estado, durante entrevista exclusiva no escritório da Memorial, empresa que patrocina a campeã mundial, em Santos.
Aos 36 anos, Rose Volante é campeã da Organização Mundial de Boxe. Soma 14 vitórias e oito nocautes. Katie Taylor tem 32 anos, acumula 12 triunfos, com cinco nocautes. É dona dos cinturões da Associação Mundial de Boxe e Federação Internacional de Boxe.
Confira abaixo a entrevista:
Quais as suas chances de vencer Katie Taylor, um dos principais nomes do boxe atual?Minhas chances são iguais as dela. Cinquenta por cento para cada lado. Ela é campeã e eu também sou.
Você sabe da importância desta luta para o boxe brasileiro?
Sei. Principalmente para o boxe feminino, que ainda precisa de mais exposição e ajuda. Vai ser um momento importante e eu estarei pronta para me apresentar em condições de obter um grande resultado.
A característica da Katie Taylor é a agressividade durante toda a luta. Ela sufoca as rivais. Como você pretende brecar este ataque?
Atacando ela também. Ela sempre tem a iniciativa das lutas porque as adversárias andam para trás. Desta vez será diferente, porque também irei procurar o combate. Uma coisa é você atacar o tempo todo e outra é você também receber golpes. Vai ser uma luta intensa o tempo todo.
Você acha que será uma luta rápida?
Não. Vai vencer quem tiver preparo para aguentar um ritmo forte até o fim.
O fato de o evento fazer parte das festividades de Saint Patrick, padroeiro da Irlanda, não é uma preocupação? Ginásio lotado e muita pressão dos torcedores?
Ganhei o título na Argentina com seis mil argentinos torcendo contra. Sei da idolatria que os irlandeses têm pela Katie, eu estava em Londres na final olímpica e vi o apoio que ela recebe, mas isso não entra no ringue. Lá dentro sou eu e ela.
Você pretende apresentar alguma estratégia nova para a luta?
A gente sempre busca algo diferente para tentar surpreender a adversária. Vamos tentar aprimorar durante os treinamentos para colocar em prática na hora da luta.
Analisando os dois currículos, você tem mais nocautes que a Taylor….
Acho que ela ficou muito tempo no boxe amador, que tem um estilo de dominar mais a luta e aplicar golpes em maior quantidade. Eu tenho um estilo de tentar os golpes mais duros e isso pode fazer a diferença.
Você acha que tem “pegada” para abalar a Katie Taylor?
A Katie Taylor nunca enfrentou ninguém como eu. Vou colocar um cinturão em cima da mesa e vou trazer três para casa.
Se você vencer, esta luta vai ser lembrada para sempre como são lembradas as lutas de Eder Jofre, Miguel de Oliveira, Popó, Sertão, Servílio, Maguila….
Sei disso. E é por isso que eu quero esta luta e por isso é que estarei preparada para fazer uma grande luta em um local importante, diante de uma rival importante. O boxe brasileiro precisa dessa vitória.