Los Angeles (AE) O desgaste por causa da longa jornada com a seleção brasileira não vai impedir uma visita especial de Ronaldo à Basílica de Nossa Senhora de Aparecida ainda esta semana.

Ele cumprirá promessa feita um mês antes da Copa do Mundo, quando esteve em Aparecida do Norte com sua mãe, Sonia Nazário. “Meu filho pediu força para disputar a Copa e agradeceu por sua recuperação. Merecia tudo isso”, contou Sonia a bordo do avião que trouxe a equipe campeã do mundo de volta para casa.

De acordo com Sonia, Ronaldo retornará logo à basílica. “Ele prometeu um agradecimento especial à Nossa Senhora de Aparecida se ganhasse o título.” Ela vai acompanhá-lo ao templo católico. Os dois deixarão o Rio de Janeiro de helicóptero – a viagem dura uma hora e meia. Não definiram, porém, se a visita seria nesta quarta-feira. “Era a primeira coisa que ele faria depois de dormir e de saborear uma comida caseira bem gostosa”, disse.

Devota de Nossa Senhora de Aparecida, Sonia fez um pedido no dia do jogo válido pelas quartas-de-final, contra a Inglaterra. “Que se tivesse de ser vice (como em 1998) que perdesse para os ingleses. Todos ficaram traumatizados com aquela final da França.” Ao lado de Vampeta, assim que o vôo decolou de Los Angeles, onde houve uma escala de pouco mais de duas horas, Sonia reforçou depois suas orações pelo título. “Ela disse pra gente na véspera da decisão que a seleção, após passar pela Inglaterra, tinha pinta de campeã”, comentou Vampeta.

Festa

A mãe do artilheiro do Mundial de 2002 estará hoje à noite na casa de parentes no bairro de Bento Ribeiro, onde Ronaldo nasceu, para promover uma grande festa entre vizinhos e amigos, em comemoração pelo quinto título mundial do Brasil.

Pentacampeões deixam uma base sólida

Lancepress! – A geração brasileira que conquistou o pentacampeonato na Ásia pode ser a grande esperança do país para o Mundial da Alemanha. Isto porque 10 dos 23 jogadores que formaram o elenco do Brasil na Copa deste ano terão menos de 30 anos em 2006 e, na opinião de treinadores, devem formar a base do time que buscará o hexacampeonato.

– A tendência é de se manter o maior número de jogadores possível. O Felipão, por exemplo, usou Cafu, Roberto Carlos, Rivaldo, Ronaldo, Denílson, Dida e o próprio Emerson, que estiveram na Copa anterior – afirma Zagallo, treinador da Seleção na Copa da França, em 98.

Para Candinho, ex-assistente-técnico da Seleção, não devem haver grandes reformulações na Seleção para o próximo Mundial.

– Ao contrário do que aconteceu após 98, quando o Vanderlei Luxemburgo precisou renovar a equipe, para 2006 já temos uma forte base, o que facilitará bastante o trabalho do Felipão ou de outro treinador que vier no lugar. Claro que surgirão novos jogadores, mas a base já está aí.

Assistente-técnico de Luxemburgo durante a passagem do treinador pela Seleção Brasileira, Candinho acredita que foi justamente a falta de base que atrapalhou o trabalho do técnico à frente da equipe.

– O Luxemburgo foi muito criticado por isso, principalmente por ter convocado muitos jogadores. Mas isso aconteceu porque não havia base.

Da geração de 98 sobraram poucos. Porém, não houve paciência. Agora, o próximo treinador terá uma equipe-base. O treinador Levir Culpi, que dirigiu o Atlético-MG no primeiro semestre deste ano, acredita que a base ajudará a Seleção a ter mais entrosamento em 2006. – Já temos uma base forte para jogar a próxima Copa, o que facilitará o entrosamento. Porém, em quatro anos podem surgir novos jogadores.

O treinador do Vitória, Joel Santana, concorda com a tese de que a equipe campeã este ano poderá ser a base em 2006. Porém, para ele, isso só será positivo com a manutenção de Felipão no comando da equipe.

-Precisa manter o treinador. Isso é importante para manter o trabalho e a filosofia. Segundo o técnico, os jogadores já conhecem o estilo de Felipão e não precisariam se adequar a outra linha de pensamento.

Bicampeã com mesma base

A Seleção que conquistou o bicampeonato mundial em 1962, no Chile, tinha a base da equipe que levantou a taça pela primeira vez, na Suécia. No total, 13 jogadores haviam disputado a Copa de 1958. Para estrelas que compuseram aquela Seleção, a manutenção da base foi vital para a conquista.

– Isso foi essencial. Tínhamos uma equipe calejada, experiente, que passou isso para os mais novos. Além disso, estávamos bem mais entrosados, o que dificultou o jogo dos nossos adversários – conta o ex-lateral-direito Djalma Santos, que esteve nos dois Mundiais. Segundo o ex-jogador, o conjunto era tão forte que quando Pelé saiu, por contusão, o time não sentiu tanto a ausência do atleta.

– Claro que grandes jogadores fazem falta, mas quando você tem uma equipe com grande entrosamento, passa-se por cima disso. No futebol, o talento não basta. O entrosamento é vital.

Para o ex-meia Zito, que também esteve presente no bicampeonato, o conhecimento que os jogadores tinham uns dos outros tornou a equipe quase imbatível.

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