Rodrigo Bastos embarca hoje para as Olimpíadas

São Paulo – Mesmo sendo o único representante do tiro esportivo nos Jogos de Atenas, o atirador Rodrigo Bastos descarta o ditado de que “uma andorinha só não faz verão”. Campeão da Copa do Mundo em 88 e medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo em 2003, na fossa olímpica, o paranaense segue para sua segunda Olimpíada com grandes possibilidades de conseguir o pódio, o único resultado que falta em seu vasto currículo.

O atirador, patrocinado pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), diz que os alvos são seus adversários principais. As disputas de tiro esportivo, modalidade fossa olímpica, acontecem nos dias 15 e 16 de agosto, no Centro Esportivo Markopoulo.

“O alvo é sempre o maior adversário de qualquer atirador. No meu caso são os pratos. Tenho de estar bem preparado e pensar somente no que preciso fazer. Se pensar em outros atiradores é que vou errar mesmo”, explica Rodrigo, de 37 anos. “Mesmo porque o tiro não é como outras modalidades. Todos são bons atiradores, mas têm de estar num bom dia”, completa Rodrigo, que segue para a capital grega hoje.

Dentista, especializado em ortodontia, Rodrigo afastou-se da profissão para se preparar para Atenas. “Não daria para conciliar as duas coisas. Graças ao apoio da CBC, da Confederação (brasileira de tiro esportivo) e do COB, pude me dedicar apenas aos treinos nestes meses. Isso me deixou pronto para tentar uma medalha olímpica”, destaca o atirador, que dividiu seu treino entre os estandes de Guarapuava, Curitiba e Americana.

Rodrigo está ansioso. “Esse final é fogo. Quero chegar logo e treinar no estande. Vou ter cinco dias para fazer isso, fato que vai ajudar muito. Já estive lá no Pré-Olímpico e decidi usar óculos por causa da claridade e da poeira. Por isso, quero aproveitar os dias de treinos oficiais”, encerra.

Na disputa da fossa olímpica, os competidores fazem cinco séries de 25 pratos cada, três no primeiro dia e duas no segundo, classificando-se para a final e definição de medalhas os seis melhores. A decisão é feita com mais uma série de 25 pratos. Com o resultado alcançado em Santo Domingo, 124 acertos em 125 tentativas, Rodrigo igualou os recordes olímpico e mundial.

Atirador se diz bem preparado

Paraná-Online –

O que você espera de Atenas/2004?
Rodrigo – Um evento inesquecível, de alto nível técnico.

Paraná-Online –

Quem você coloca como principais rivais?
Rodrigo – O meu principal adversário é o prato, ou seja, o alvo.

Paraná-Online –

Alguns atletas são mais fortes em certos pontos. Em qual você se destaca?
Rodrigo – Procuro manter o meu tiro equilibrado.

Paraná-Online –

Como foi a preparação?
Rodrigo – Treinei em duas pedanas (estandes de tiro), em Guarapuava e em Curitiba. Mantive o mesmo ritmo, pois não adianta aumentar nada neste momento. O que importa de verdade é o que fiz para chegar até aqui.

Paraná-Online –

E se ganhar a medalha?
Rodrigo – Vai ser uma festa.

Paraná-Online –

Você está confiante na medalha?
Rodrigo – Eu procuro ser uma pessoa positiva, otimista. Por isso, sempre tenho esperança.

Paraná-Online –

Agora você está trabalhando bem o psicológico?
Rodrigo – Na minha modalidade, esse é um dos principais fatores. Por isso, dou prioridade a ele.

Paraná-Online –

Com ou sem medalha, o que você espera para o seu futuro?
Rodrigo – Vou dar seqüência ao meu trabalho, preparando-me para outras edições dos Jogos Olímpicos.

Paraná-Online –

Seus pais sempre apoiaram a sua carreira?
Rodrigo – Sim, sempre.

Paraná-Online –

Qual sua dieta alimentar?
Rodrigo – Basicamente carboidrato, com pouca proteína.

Paraná-Online –

Para terminar, o que é uma Olimpíada?
Rodrigo – É o sonho de todo atleta.

Voltar ao topo