Medalhista de prata no último pan-americano, o guarapuavano Rodrigo Bastos, teve que adiar seus planos de começar a treinar ainda este ano no novo estande de tiro que está sendo construído em Guarapuava.
Conforme acordo verbal feito com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Rodrigo receberia recursos da Lei Agnelo/Piva, repassados pelo órgão, e montaria o estande em Guarapuava, a um custo estimado de R$ 400 mil – conforme reportagem publicada ontem no UOL Esporte. Assim, poderia treinar sem sair de sua cidade, se preparando em melhores condições para alcançar uma medalha nas Olimpíadas de Atenas, já que a prata em Santo Domingo lhe valeu a vaga nos Jogos de 2004 – o resultado ainda valeria a prata em Sydney/2000.
O problema é que, pela legislação, o COB não pôde repassar para Rodrigo, como pessoa física, recursos da Lei Agnelo/Piva. Mas o atirador, que já havia feito uma programação de treinos para chegar bem preparado a Atenas, iniciou a construção do estande com recursos próprios.
Informado do problema com a lei, Rodrigo lamentou o atraso, mas ficou satisfeito com a solução encontrada pelo COB, que se comprometeu em adquirir os equipamentos e os repassou à Conderação Brasileira de Tiro Esportivo (CBTE), que os cedeu, em regime de comodado, ao atirador, pelo período de dez anos.
Mesmo assim, Rodrigo teve que refazer contas, e elas acabam tirando atenção de qualquer pessoa – ainda mais quando se trata de um atleta que precisa de concentração para obter bons resultados.
Além disso, o COB ainda se comprometeu a fazer repasses mensais ao atirador paranaense, como forma de minorar o problema – recursos esses que Rodrigo está utilizando integralmente no pagamento de mão-de-obra e materiais para finalizar a obra do estande, que está sendo montado numa propriedade que lhe pertence.
O atirador ainda falou que o problema de legislação sensibilizou os poderes, e ele está recebendo ajudas de custo tanto da Prefeitura de Guarapuava, quanto do governo do Paraná, revelando que inaugura o estande no fim deste mês.