Robinho espera brilhar de novo no Morumbi

O reencontro com o Morumbi promete. Toda vez que o Santos joga no estádio do São Paulo o menino costuma aprontar das duas. Da última vez, Robinho liquidou o Corinthians praticamente sozinho na final do Campeonato Brasileiro de 2002. Até hoje as emissoras de tevê repetem a imagem das oito pedaladas em cima de Rogério no lance que abriu o caminho para a conquista do título inédito.

Nem o próprio Robinho sabe explicar o que acontece quando o jogo é no Morumbi. “Sei lá, tudo costuma der certo. Acho que é o campo bom, o astral do estádio lotado. Espero que a história se repita mais uma vez.”

Amanhã, contra o Boca, na decisão da Libertadores, a situação exige um pouco mais de cuidado. Ao contrário daquela final com o Corinthians, agora é o Santos que precisa reverter uma desvantagem de dois gols.

Robinho também deixou de ser só uma promessa e sabe que chegou a hora de assumir a responsabilidade de ser o craque do time, ao lado de outro menino de talento, Diego. Robinho está convencido de que sairá do Morumbi com a faixa de campeão. “A gente está numa situação difícil mas temos condições de ficar com esse título. Vai depender só de nós.”

Jogar num estádio onde Robinho costuma encantar já é um bom sinal. Até hoje os torcedores não esquecem os dribles que Robinho impôs ao grandalhão Júlio Baptista, do São Paulo, ainda na fase de classificação.

O Santos perdeu por 3 a 2, é verdade, mas o tal drible de Robinho foi a jogada que ficou na lembrança de quem aprecia o bom futebol. Só mesmo o próprio Robinho, por esquecimento espontâneo ou por respeito ao adversário zagueiro do São Paulo, disse não lembrar de muita coisa. “Só sei que já fiz boas coisas no Morumbi.”

Coincidência ou não, depois daquela final contra o Corinthians o futebol de Robinho nunca mais foi o mesmo. Conseguiu encaixar alguns dribles num ou outro jogo mas nos momentos da Libertadores ele não foi tão implacável. Robinho mesmo reconhece que a sua vida em campo também não tem sido tão fácil. A violência dos zagueiros também aumentou. “Contra o Boca mesmo, não tive problemas com o racismo, mas os caras arriaram a madeira.”

No Morumbi Robinho não espera coisa diferente. Ao contrário: ele sabe que os argentinos vão usar de todos os expedientes para intimidar o Santos. Da catimba à violência. Robinho sabe que esse é o jogo de sua vida, mais até do que a final do Campeonato Brasileiro. “Naquela final, a responsabilidade maior era do Corinthians. Na Libertadores, é nossa.”

Para tirar a vantagem de dois gols favorável ao Boca, Robinho sugere muita pressão no começo do jogo, usando também a força da torcida. De sua parte, Robinho está disposto a chamar a responsabilidade para si.

“Vou partir com tudo pra cima deles. Temos de incendiar o jogo desde o início. Marcar um gol de cara será fundamental.”

Se o retrospecto de Robinho no Morumbi se confirmar, o Santos pode apostar na estrela do atacante para chegar ao tri da Libertadores. É consenso na Vila Belmiro de que o atacante pode fazer a diferença nessa decisão. Até o filho do goleiro Fábio Costa, Fabinho, de 4 anos, já mandou um recado para o ídolo: vai querer a camisa de Robinho de presente. E não é só. Junto com ela, o menino exige também a faixa de campeão.

Elano já está em condições

O meia Elano ainda não foi confirmado pelo técnico Emerson Leão, mas deve entrar em campo no jogo de volta da final da Copa Libertadores da América, amanhã, contra o Boca Juniors, no estádio do Morumbi. Com a necessidade do Peixe reverter dois gols de diferença, o jogador avisa que está disposto a fazer tudo para levar a taça da competição.

Por isso, Elano não está preocupado em que função será escalado por Leão. Ele tem chances de atuar novamente improvisado na lateral-direita, já que Reginaldo Araújo foi expulso em Buenos Aires. “Já tive grande desempenho na lateral-direita. Isso não é problema para mim. Nossa meta é apenas conseguir os gols para ganhar o título”, afirmou.

Além da dúvida de Elano, Leão também pode apresentar surpresas no miolo da defesa. Com a atuação irregular de Pereira na Argentina, André Luís pode recuperar a posição.

Boca Juniors chega e traz a sua torcida junto

AE

Quatro minutos depois de o primeiro integrante do Boca Juniors ter aparecido no desembarque no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, a delegação e os torcedores que acompanhavam já estavam embarcados em quatro ônibus com destino ao Novohotel, no Morumbi. “Mañana, mañana” foi a única declaração do técnico Carlos Bianchi, andando apressado, referindo-se a entrevista coletiva marcada para hoje às 17h no hotel.

Villareal, que deve ser o substituto de Guilhermo Barros Schelloto, principal jogador do time argentino, fez questão de lembrar que só nome não ganha jogo. “Lá no campo serão 11 contra 11. E o importante da partida será o jogador que for escalado para ela.” Otimista arriscou um palpite para a decisão de quarta-feira. “Vai ser 2 a 0. Nada de pênalti.”

Ele argumentou que seria um erro muito grande jogar só para defender o resultado. “O Santos é um time muito forte, com jogadores perigosos no ataque. Se ficarmos só na defesa, seremos muito pressionados”, previu Villarreal.

Em Cali, o Boca aproveitou os espaços que o América lhe ofereceu em função de sua ânsia de fazer logo um gol e liqüidou rapidamente a partida. Tevez marcou aos 13 e aos 22 minutos e matou o time colombiano, que entregou os pontos e levou mais dois gols.

Villarreal terá uma missão importante na partida de amanhã, no Morumbi: bloquear os avanços de Léo pelo lado esquerdo. Ele foi escolhido pelo técnico Carlos Bianchi para a função porque é um jogador de muito fôlego, capaz de fazer a marcação e puxar contra-ataques. Villarreal jogará aberto pela direita e Delgado pela esquerda, com Tevez no centro. Havia a possibilidade de Estevez que jogou muito bem na vitória de domingo sobre o Independiente por 3 a 1 ser escalado para manter o esquema com três atacantes.

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