Roberto Fernandes diz que time atual do Atlético é fraco

Roberto Fernandes não foi embora em silêncio. Antes de deixar Curitiba, o ex-técnico do Atlético chamou a imprensa para uma entrevista coletiva e deu seu recado: não adianta mudar a comissão técnica e reformular o departamento de futebol. Para voltar a vencer e salvar a campanha no Brasileirão, o Furacão precisa reforçar seu elenco, e com urgência.

Mesmo deixando a Baixada com menos de três meses de trabalho e bastante criticado, Fernandes não se arrepende de ter vindo para o Atlético. Sai decepcionado pela péssima campanha, mas garante ter a consciência tranqüila.

“Procurei fazer meu trabalho da melhor forma possível com o elenco que tinha. Perdemos peças importantes, não houve reposição e o elenco ficou muito fragilizado”, avalia.

Para o ex-treinador do Furacão, as seguidas contusões e a demora para poder contar com alguns reforços minaram o elenco rubro-negro. “São jogadores como Fernando, Valencia, Júlio César, Joãozinho, Netinho, que seriam titulares. Qual equipe não fica fragilizada quando perde cinco ou seis jogadores? Lamento profundamente que em 75 dias nunca pude levar meu time titular a campo.”

Fernandes diz que sempre teve um bom relacionamento com o grupo. Ele não aceita o comentário que alguns jogadores vinham fazendo “corpo mole” para derrubá-lo. “Sempre falamos olho no olho. Na hora que os resultados não vêm, a cobrança tem que ser maior. Isso é natural.

Mas em relação a jogador não estar empenhado, acho difícil. Todos os que estão comprometidos com o trabalho estavam comigo. Eu nunca vi nenhum bico, nenhuma cara feia do Nei, Galatto, Antônio Carlos, Danilo, Rhodolfo, Alan Bahia, Valencia…”, garante.

Para o treinador, a completa reformulação que atingiu o CT do Caju mostra que seu trabalho não era a principal causa da péssima campanha. “O presidente entendeu que o treinador não era o único responsável. Tenho certeza que se tivéssemos numa pré-temporada, haveria muito mais mudanças. Isso de certa forma me dá tranqüilidade, porque mostra que eu não estou sendo bode expiatório nem o único culpado”, afirma.

Fernandes ainda agradeceu o apoio da torcida atleticana. “Vão dizer que eu estou louco, que a torcida pediu minha saída. Mas durante os jogos, mesmo nas derrotas, o apoio à equipe foi muito grande. Isso é uma coisa que eu vou levar no meu coração e um exemplo que tem que ser seguido”, ressaltou.

Mas antes de se despedir, deixou no ar um desafio. “Espero que o novo comandante tenha um pouco mais de sorte. Mas o que eu disse há alguns dias, repito. Se o Atlético não puder, num curto espaço de tempo, contar com os atletas lesionados e não chegarem mais duas ou três peças, vamos ver o próximo trabalho, se vai mudar muito os resultados.”