Risco de quedas faz atleta do ciclismo BMX evitar disputas antes do Rio-2016

Velocidade e adrenalina representam bem um dos esportes mais radicais do programa olímpico: o ciclismo BMX. Enquanto diversos atletas de várias outras modalidades buscam competições para ganhar ritmo na reta final de preparação para os Jogos Olímpicos do Rio, o brasileiro Renato Rezende vai na contramão. Até agosto, o ciclista só entra na pista para treinar.

Em Chula Vista, na Califórnia, nos Estados Unidos, o atleta e sua comissão técnica terão de equacionar o limite entre a necessidade de ir para a pista e a segurança para evitar que os tombos se transformem em um problema ainda maior para o competidor. “A gente anulou todos os tipos de competições pensando no melhor rendimento do Renato, em relação a lesões e quedas. O BMX é um esporte de risco e todos os países aplicam a mesma estratégia”, explicou Daniel Jorge, técnico do brasileiro desde 2012.

Após a largada, os ciclistas chegam a 70 km/h na primeira rampa, velocidade que renderia uma infração de trânsito ao piloto se circulasse com algum veículo ou motocicleta nas avenidas de São Paulo. A imprevisibilidade das provas foi o que tirou Renato da briga pela medalha nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Ele teve o pneu dianteiro da bicicleta furado, caiu e sofreu uma luxação no ombro direito.

“Quando está longe de competição, faço algumas coisas inovadoras e tento aprimorar a técnica de um jeito mais perigoso. Mas nesses últimos dois meses, vou fazer somente o necessário, preciso agora estar na melhor forma possível”, explicou o ciclista, que sonha com a classificação à final olímpica.

FRATURAS – Aos 25 anos, Renato acumula duas luxações e três fraturas – duas no punho (2007 e 2010). A mais recente ocorreu em fevereiro, quando quebrou a clavícula direita em uma competição nos Estados Unidos. Ele foi submetido a uma cirurgia e teve uma placa de titânio e oito parafusos colocados no corpo. Foram sete semanas de trabalho intenso de fisioterapia para estar recuperado.

O caso poderia ter sido mais grave se ele não estivesse usando um colete de proteção, item opcional no BMX. “Gosto do colete porque fico menos ralado e por causa da segurança. Eu vou para cima, não me preocupo se vou cair, principalmente nas competições”, contou.

O perigo foi justamente o alerta dos ciclistas durante o evento-teste de BMX, em outubro de 2015, no Parque Radical de Deodoro. Algumas mudanças foram realizadas para tornar a pista olímpica mais segura. Com o problema na clavícula, Renato não teve chance de testar o circuito e lamenta não poder treinar no local atualmente. Apesar disso, mostra empolgação: “Todo mundo gostou da pista olímpica. Ela está rápida e técnica. Vai ser um grande espetáculo”, finalizou.

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