Rio é candidata a sede da Olimpíada de 2012

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) registrou ontem o Rio como a cidade brasileira aspirante a sediar os Jogos Olímpicos de 2012. Em casa, o Rio venceu São Paulo por 23 votos a 10, com uma abstenção, para frustração do grupo paulista na votação realizada na assembléia do COB, no auditório do BNDES. Encerrado o processo, o COB enviou ao Comitê Olímpico Internacional (COI) a carta comunicando a candidatura. Agora, o trabalho será o de rever o falho dossiê apresentado pelo Rio e montar a estratégia internacional para competir contra Havana, Istambul, Leipzig, Londres, Madri, Moscou, Nova York e Paris – o vencedor será anunciado pelo COI em 6 de julho de 2005. Sem nunca criticar o dossiê diretamente, mas deixando claro que tem deficiências, Carlos Arthur Nuzman, o presidente do COB, falou várias vezes que o documento tem de ser outro, usando palavras como “rever, refazer e reavaliar”, nas várias vezes que falou do tema.

Além de ter de apresentar um dossiê consistente, a cidade aspirante terá de contar com a força política do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, vem construindo, aos poucos, desde setembro de 2000, quando passou a ser membro do COI. A competição será entre nove cidades postulantes, em uma disputa que poderá ser a mais acirrada da história.

Nuzman, que integrou a Comissão de Avaliação do COI para os Jogos de 2008, é atualmente da coordenação para a Olimpíada de Pequim. “Hoje, minha experiência é sim muito boa”, afirmou o dirigente, admitindo que começa imediatamente, ao lado da revisão do dossiê, pelo COB e Prefeitura, um trabalho político intenso de bastidores pela candidatura do Rio.

O presidente do COB disse que Nova York foi prejudicada pela escolha de Vancouver aos Jogos de Inverno em 2010 – “dificilmente seria privilegiada uma mesma região”, observou – e que as candidaturas européis são muito fortes, especialmente as de Paris, Londres e Madri, mas concorrentes entre si. “Alguém ficará no meio do caminho”, previu.

São Paulo destacou em sua apresentação a grandiosidade da maior cidade do Brasil e a união entre a Prefeitura e o Governo do Estado – tanto a prefeita Marta Suplicy e o governador Geraldo Alckmin quanto os secretários estaduais e municipais de esportes Lars Grael e Nádia Campeão subiram juntos ao palco durante a apresentação. “Para um jogo decisivo levamos o melhor time e para o maior evento do mundo, a melhor cidade”, foi o bordão da candidatura, que também teve o apoio de muitos atletas.

O Rio enfocou as belezas naturais, a simpatia de um povo acolhedor e a vantagem de poder concentrar as competições num raio de 25 quilômetros – com destaque para a Barra da Tijuca – numa apresentação menos cenográfica que a de São Paulo. A governadora Rosinha Matheus leu um discurso, mas não subiu ao palco com o prefeito César Maia.

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