Ricardo Teixeira alerta postulantes sobre escolha das sedes da Copa 2014

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, divulgou ontem um comunicado alertando sobre o momento para a escolha das cidades que pretendem sediar os jogos da Copa do Mundo em 2014.

Segundo o cartola “a Copa de 2014 está entrando numa etapa decisiva: em março, a Fifa anunciará as escolhidas como cidades-sedes do maior evento futebolístico do mundo, que ocorrerá no Brasil.

“Defendo que o número ideal de sedes para uma Copa brasileira seria de 12 cidades, mas caberá à Fifa a definição”, diz Teixeira. A Fifa já teria dito que prefere 10 sub-sedes, ou cidades.

O presidente da CBF destacou “que a decisão da Fifa não será uma mera compilação do IDH – Índice de Desenvolvimento Humano, das cidades brasileiras. Se fosse assim, bastaria a Fifa enviar uma carta para a ONU e selecionar as 10 ou 12 cidades com melhores índices desse tipo. É claro que, também se fosse assim, o Brasil não teria se transformado em sede da Copa de 2014, pois há muitos outros países com IDHs melhores do que o nosso”.

No comunicado, Teixeira destaca questões “como a infra-estrutura atual, a qualidade dos transportes, a rede hoteleira, entre outras, serão importantíssimas”.

Mas outros aspectos, como a tradição futebolística de cada localidade, o hábito de realizar eventos de grande mobilização popular, o apoio da sociedade e das lideranças locais, também serão considerados.

“No final, contará o que cada cidade irá agregar para o marketing da Copa como um todo. Como se vê, haverá um mix que levará à decisão final”, garante o presidente da CBF.

Segundo ele quanto mais projetos consistentes, melhor. “Promessas que não vierem lastreadas por uma comprovação técnica de viabilidade podem fazer bonito para a platéia, mas não para os jurados. O papel aceita tudo, mas quem mostrar que tem mais condições reais de fazer leva vantagem”, explica o cartola.

Espertalhões em campo

Em outro trecho do comunicado, Ricardo Teixeira considera “natural um certo clima de ansiedade entre as concorrentes”. “Mas desde já é preciso afastar de forma peremptória (decisiva) o risco de ver surgir um personagem potencialmente típico nessas horas, o chamado espertalhão”.

Neste ponto o presidente da CBF endurece a conversa. “Quero ser bem claro nesse ponto: o Comitê Organizador da Copa não indica, não prefere, não sugere, não apóia, não condiciona, não sinaliza, não recomenda, nem credencia quem quer que seja. Isso vale para empresas de consultoria de qualquer tipo, prestadores de serviço em geral, empresas de construção, de marketing, enfim, seja qual for o fornecedor ou o interesse”, afirma.

Teixeira também aproveita para fazer um alerta sobre esta situação. “Sempre existe o risco de aventureiros aparecerem por aí dizendo – ao pé do ouvido, nas sombras -que contratando essa empresa ou aquele profissional as coisas ‘ficam mais fáceis’, ‘azeitadas’. Ou tem aquele truque de dizer que se essa ou aquela empresa de construção for apontada para fazer um estádio, por exemplo, aí então a cidade será escolhida. Ou que fulano fala em nome de sicrano. Enfim, o arsenal da malandragem é conhecido. Por isso mesmo, é preciso estar alerta”, diz.

“Chame a “polícia”

O dirigente da CBF aproveita para dar uma recomendação. “Quem estiver liderando esse processo nas cidades que, caso seja abordado por algum aproveitador desse tipo, não hesite nenhum segundo. Chame a polícia, denuncie, pois trata-se de um estelionatário. Terá todo o nosso apoio”, afirma o dirigente maior da CBF.