Ricardo Gomes trabalha em sintonia com Parreira

Técnico do time Sub-23 do Brasil, Ricardo Gomes trabalha em sintonia com Carlos Alberto Parreira, mas não precisa seguir à risca os métodos e conceitos do treinador da seleção principal.

Diferentemente de países como a Alemanha e a Itália, por exemplo, em que as equipes de base são “clones” da principal, no Brasil cada treinador tem liberdade para armar o time do jeito que achar melhor em função das características dos jogadores que tiver à disposição. “Eu, o Parreira e o Valinhos (técnico da Sub-20) temos em comum o fato de adotarmos o 4-4-2, mas dentro desse esquema cada um impõe suas variações. O fundamental é a troca constante de idéias entre nós e a possibilidade de observar os jogadores da categoria de baixo”, explicou Ricardo Gomes.

A prioridade na convocação dos jogadores é da seleção principal. Se Parreira quiser contar com um atleta da Sub-23 ou da Sub-20, leva. Em seguida, vem a Sub-23. Há exemplos para demonstrar como funciona essa hierarquia. O atacante Adriano, do Parma, estava nos planos de Ricardo Gomes para a Copa Ouro. Mas não foi chamado porque Parreira o levou para a Copa das Confederações e em seguida, ele ganhou férias. Valinhos poderia convocar André Bahia, Carlos Alberto e, possivelmente, Nilmar, para os Jogos Pan-Americanos, mas os três foram para o México com a Sub-23.

E há os casos de Diego e Robinho. Os astros santistas têm idade para jogar o Mundial Sub-20 no final do ano nos Emirados Árabes Unidos, mas foram “vetados” para integrar a equipe de Valinhos porque Carlos Alberto Parreira entende que os dois estão acima dos outros jogadores dessa categoria e, por isso, podem queimar etapas. Tanto que, foram chamados por ele para o amistoso do time principal contra o México, em Guadalajara, e são muito importantes para Ricardo Gomes no grupo que em janeiro disputará o Pré-Olímpico no Chile.

Diego jogou alguns minutos na seleção principal e, mesmo sendo o mais novo do grupo convocado para a Copa Ouro, tornou-se o cérebro e referência técnica do time.

Ricardo Gomes quer que a CBF marque alguns amistosos para a Sub-23 nas datas em que a seleção principal tiver jogos pelas Eliminatórias, em setembro e novembro, mas sabe que terá de abrir mão dos jogadores que forem convocados por Parreira e também dos que atuam na Europa, como Thiago Motta e Éwerthon. Ele acredita que, do grupo que trouxe para o México, Kaká, Diego e Luisão deverão ser aproveitados nas Eliminatórias. Sem falar no atacante Adriano.

“Temos ótimos jogadores para todas as categorias. Daqui a dois ou três anos, essa molecada da Sub-20 e da Sub-23 vai estar jogando muito. É por isso que acho que o Brasil está a caminho de ganhar sua sexta Copa do Mundo em 2006”, previu Ricardo Gomes.

EUA e Cuba jogam nas quartas

Uma das quartas-de-final da Copa Ouro pode se transformar em uma batalha. Por uma dessas coincidências do destino, Estados Unidos e Cuba irão se enfrentar amanhã, em Foxboro (região metropolitana de Boston), no recém-inaugurado Gillette Stadium. A confirmação do confronto deixou os organizadores do torneio de cabelo em pé.

Ninguém esperava que Cuba passasse para as quartas-de-final. A seleção era a zebra do grupo D, ao lado de Costa Rica e Canadá (último campeão). Mas foi justamente a vitória sobre os canadenses por 2×0 que levou os conterrâneos de Fidel Castro para a segunda fase da Copa Ouro.

Para agradar os exilados em Miami, a Concacaf programava levar uma das partidas de Cuba para a Flórida, mas o encontro com os Estados Unidos melou o planejamento – pelo menos por agora, pois o vencedor segue justamente para o Orange Bowl, em Miami. “A Copa Ouro vai seguir apenas pelas linhas competitivas, e o caminho que o campo decidir será cumprido”, desconversa o secretário-geral da entidade Chuck Blazer.

Mas, sabendo que a partida envolve uma rivalidade que ultrapassa o gramado e que sobrevive há anos, a Concacaf estuda a adoção de medidas de segurança extras no jogo de amanhã. “Nós estamos preparados para tomar precauções adicionais”, confirma Blazer. Dentro e fora de campo, espera-se.

Classificados

Outra partida já confirmada (até o fechamento desta edição) nas quartas-de-final da Copa Ouro reúne El Salvador e Costa Rica, que farão o jogo de fundo no Gillette Stadium. Os salvadorenhos se classificaram no grupo C, que também tinha Estados Unidos e Martinica.

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