Santos – A desconfiança inicial do torcedor santista de que Ricardinho iria fracassar na Vila Belmiro, a exemplo de outros ex-corintianos famosos, como Rincón, Marcelinho Carioca e Doni, acabou no final da tarde de sábado, com o seu gol de falta, nos acréscimos, levando o Santos a ganhar mais três pontos, na arrancada fulminante, que começou, por coincidência, na sua estréia, dia 30 de maio, em Belo Horizonte, no empate por 3 a 3 com o Atlético-MG. O herói da façanha recuperou contra o São Paulo a imagem do Ricardinho dos títulos conquistados com Luxemburgo, Oswaldo de Oliveira e Carlos Alberto Parreira, no Corinthians, abalada pela obscura passagem pelo Morumbi, onde enfrentou problemas de relacionamento.

Ricardinho quase não teve tempo para curtir o seu primeiro gol com a camisa do Santos. Após o jogo, foi para casa com o filho Bruno, de quatro anos de idade, saindo apenas ontem, pouco depois das 9h30, para voltar ao trabalho, no Centro de Treinamentos Rei Pelé, no início da preparação visando o jogo contra o Flamengo, amanhã, às 21h45, na Vila Belmiro. Correu quase uma hora em volta do campo com os companheiros e depois fez mais meia hora de reforço muscular em aparelhos. À noite os jogadores se concentram num cinco estrelas do bairro do Gonzaga, em Santos.

Como os demais jogadores, Ricardinho não reclama do curto espaço de tempo entre os jogos e nem das seguidas concentrações. Todos estão felizes com a boa fase e dispostos a fazer qualquer sacrifício para manter o time em alta. Após o clássico, Ricardinho disse que a vitória, de virada, por 2 a 1, já fazia parte do passado e que o mais importante, agora, é o jogo seguinte, amanhã, diante do Flamengo.

Mas como deixar de pensar num gol tão especial como o que marcou, já nos acréscimos, em Rogério Ceni, com quem não teria tido uma boa convivência no São Paulo? “Sinto-me feliz no Santos e se estou bem no time é graças ao Vanderlei Luxemburgo, com sua capacidade, e principalmente pelo trabalho coletivo do grupo, que está unido em torno de um só objetivo”, disse o meia quando saía da Vila Belmiro, sábado à noite. Além do gol, ele teve atuação importante no clássico, sempre procurando fugir do raio de ação de César Sampaio, o seu marcador, às vezes voltando para fechar os espaços entre a defesa e o meio-de-campo e para organizar a parte defensiva da equipe, uma de suas especialidades.

Tênis

Embora tenha consciência de que em pouco tempo já está com muito crédito no novo clube, Ricardinho preocupa-se em se mostrar humilde. “O trabalho está sendo bem feito e a cada jogo aflora um jogador nos momentos mais difíceis. Às vezes é um, às vezes é outro. Contra o São Paulo, foi a minha vez. Mas o futebol não é tênis. As vitórias pertencem ao coletivo e todos estamos crescendo”, finalizou.

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