Ricardinho investe em jovens para o Paraná

Um planejamento equivocado no ano passado resultou no maior vexame da história do Paraná Clube. Pela primeira vez, o Tricolor – grande campeão da década de 1990 – está fora do Campeonato Paranaense. Tentando exorcizar seus fantasmas, o clube promete uma nova estratégia em 2012. Tudo sob o olhar atento do técnico Ricardinho. Sem atropelos, e com muito critério, ele não teme recorrer a um grupo extremamente jovem neste início de temporada. A média de idade do elenco é de apenas 21 anos.

Com pouco espaço na mídia, e com uma sensível queda na captação de recursos – só em cotas de TV o clube deixou de faturar cerca de R$ 900 mil -, o Paraná definiu uma diretriz de absoluta contenção de gastos. Uma política assimilada por Ricardinho, que espera usar de sua influência, e dos muitos contatos construídos ao longo de sua carreira como jogador, para reforçar o grupo. “Teremos um grupo jovem, mas competitivo”, assegurou o treinador, que foi buscar em São Paulo o zagueiro André Vinícius (Corinthians) e o volante Lucas (Juventus).

Os atletas se enquadram nesse perfil idealizado por Ricardinho. Utilizando remanescentes do ano passado, e muitos garotos da base, o técnico definiu uma estrutura para iniciar os trabalhos. Além das duas indicações, ele conta também com o zagueiro Alisson (Grêmio Metropolitano-PR) e o meio-campo Vinícius (Americano-RJ) que já haviam acertado antes mesmo da contratação do treinador. São todos jogadores jovens, com idade variando entre 22 e 20 anos, dentro da atual média do “rejuvenescido” Paraná Clube.

O grupo conta ainda com três meninos do sub-18 -Fransuar, Igor Guilherme e Aymen – e alguns garotos “repatriados”, como o meio-campo Maicon e o atacante Davis. A aposta da diretoria é que a presença de Ricardinho, atleta revelado pelo Paraná e que construiu uma carreira de absoluto sucesso, sirva de exemplo e de “espelho” para esses jovens talentos, numa temporada de provações, onde o Tricolor tentará, a qualquer preço, recuperar a sua credibilidade no cenário nacional.

Com planos na bagagem

Ricardinho não estará presente na primeira semana efetiva de pré-temporada. Num período voltado quase que integralmente à preparação física, os trabalhos serão comandados pelo recém-contatado George Castilhos, pelo auxiliar de preparação física Fernando Gibran e pelo fisiologista André Fornaziero. O treinador vai para o exterior – o destino não foi revelado – para tratar não só de assuntos particulares. “Já era algo previamente combinado com a diretoria, pois esta viagem estava programada com antecedência”, disse Ricardinho.

Indagado sob o motivo da viagem, ele garantiu que não irá tratar apenas de questões particulares. “Estou atento a tudo que possa ser bom para o Paraná. Quem sabe o que pode acontecer?”, disse, em tom enigmático. O técnico, através de seu prestígio, poderia estar viabilizando patrocinadores para o clube, que hoje não traz nenhuma marca estampada em sua camisa.

Ricardinho, quando ainda era atleta, trouxe para o clube a Joma. Foi com a marca espanhola que o Tricolor conquistou o Paranaense de 2006 (seu último título) e a vaga na Libertadores. Um vínculo que depois seria rompido unilateralmente, quando o Paraná decidiu assinar com a Penalty. “O Ricardinho, hoje, só tem olhos para o Paraná. Ele está fechado com o nosso projeto e empolgado com essa nova etapa de sua vida. Teremos um ano muito positivo”, aposta o superintendente geral Celso Bittencourt.

O dirigente confirmou que no momento o Paraná não tem nenhum patrocinador em vista. “Até porque, sem jogos, sem podermos expor a marca, fica difícil qualquer negociação. Creio que isso vai mudar quando estivermos próximos da Copa do Brasil”, comentou. Em 2011, o patrocinador master foi a Sinoway, ,fabricante de equipamentos de engenharia. Hoje, o clube descarta qualquer possibilidade de renovação do contrato com a empresa chinesa.