Quem espera sempre alcança. O dito popular cabe como uma luva para o atacante Ricardinho, o “rei do drible” da Baixada. O jogador chegou ao clube em abril, com fama de habilidoso, conquistada nos campos do Marília, do interior de São Paulo. No entanto, a forte concorrência no ataque atleticano – o elenco chegou a contar com dez atacantes fez com que o sonho de se consolidar com a camisa titular do Atlético fosse adiado. Agora, chegou a vez dele.
Tudo bem que o Atlético tem pela frente apenas três jogos antes do final do campeonato – enfrenta o Guarani amanhã, na Arena, o Vasco e o Paysandu. Entretanto, o jogador está encarando a oportunidade dada pelo técnio Mário Sérgio como se as partidas fossem finais de campeonato. “Além do time ainda lutar por uma vaga na Copa Sul-Americana, é minha chance de mostrar meu valor. Certamente, uma motivação a mais”, diz.
Ricardinho já tinha esperança de entrar como titular contra o Bahia – afinal, ele fez uma belíssima apresentação na partida anterior, contra o São Paulo. Entretanto, na partida do final de semana passado ele ficou no banco e só entrou na segunda etapa. O motivo – o técnico Mário Sérgio deixou bem claro – foi tático, uma vez que ele pretendia explorar o desespero do Bahia e jogar no contra-ataque. “Eu entendi perfeitamente. Foi uma decisão pelas circunstâncias do jogo.” O atacante assistiu ao primeiro tempo do banco de reservas e entrou nos primeiros minutos da etapa final. E garante que começar um jogo como reserva tem seu lado positivo. “A motivação para entrar é ainda maior. Sem falar na necessidade de mostrar serviço.”
No entanto, para a partida de amanhã, Ricardinho já está confirmado no comando do ataque, ao lado de Alex Mineiro – Mário Sérgio confirmou que vai jogar no 3-5-2. O espaço acabou se abrindo com a cessão de Dagoberto e Fernandinho para a seleção brasileira sub-20, que está nos Emirados Árabes, e com a contusão de Ilan, que dificilmente volta a jogar este ano. “Chegou a minha vez”, comemora Ricardinho.
Ilan confirma que pode jogar no exterior
O Atlético poderá perder para 2004 o artilheiro do ano. O atacante Ilan, que marcou 16 gols no Brasileirão, pode ir para um time do exterior. A diretoria não comenta o assunto, mas o jogador confessou que existem algumas sondagens. “Mas nada muito concreto. Se acontecer, deve ocorrer no mês que vem, quando o mercado se abre”, diz o jogador. Entretanto, Ilan já anunciou que se for para ficar no Brasil, prefere ficar na Arena.
E não é para menos. Se 2003 foi um ano difícil para o Atlético, o mesmo não pode-se dizer de Ilan. Após ser duramente criticado pela torcida no ano anterior – quando uma sucessão de contusões o deixou muito tempo no departamento médico -, ele teve seus dias de rendenção. “Indivivualmente, foi um ano muito bom para mim. Consegui ter uma continuidade nos jogos e os gols vieram”, diz o artilheiro. Mais do que isso, a boa fase em que viveu no Brasileirão rendeu ao atleticano uma convocação para a seleção brasileira, para a disputa da Copa das Confederação. “Foi um ano importante para mim por causa disso também. Não preciso nem dizer o que significa para um jogador jogar na seleção brasileira.”
Apesar da passagem com a camisa amrelinha não ter sido das melhores, Ilan nutre a esperança de voltar à seleção no ano que vem. Aliás, ao que parece, Ilan só voltará a jogar mesmo em 2004. Recuperando-se de uma torção no tornozelo, ocorrida no jogo contra o vitória, no dia 23 de abril, o atacante não tem pressão de voltar a jogar. “Nesse tipo de contusão, não adianta ter pressa de jogar. Pois se ocorrer uma lesão em cima da que já tem, vou ter que ficar muito mais tempo fora.”
O fato de não poder participar dos jogos decisivos, que podem representar uma vaga para o Atlético na Copa Sul-Americana de 2004, não chegam a tirar o sono de Ilan. “Ninguém gosta de ficar de fora. Mas se não estou 100%, prefiro não arriscar e dar oportunidade para outros jogadores entrarem em campo”.
Guarani ainda está indefinido
Campinas
– O Guarani não poderá contar com o meia Simão na partida contra o Atlético Paranaense, amanhã, na Arena da Baixada, em Curitiba. O jogador sentiu uma lesão no braço esquerdo durante a semana e não tem condições de jogo. O técnico Barbieri ainda não definiu o substituo de Simão. A definição deve acontecer apenas hoje, antes da viagem para o Paraná.