Revolta de clubes pode adiar largada do brasileirão

A insatisfação é profunda. A duas semanas do início do campeonato brasileiro os oito clubes da Série A que não integram o Clube dos 13 ainda lutam por melhores cotas de televisão. Os valores estabelecidos – aproximadamente R$ 2.500.000,00 -não atendem às necessidades das equipes. E a primeira rodada do campeonato pode ser adiada.

Dirigentes de Paraná Clube, São Caetano, Figueirense, Juventude, Paysandu, Ponte Preta, Criciúma e Fortaleza estão mobilizados e na próxima semana têm reuniões decisivas com representantes da Rede Globo e da Confederação Brasileira de Futebol.

O presidente do Paraná Clube, Enio Ribeiro de Almeida, antecipa que não irá arcar com este prejuízo. “É uma situação delicada e que irei dividir com todos os conselheiros do clube”, avisou. “Não vou assumir sozinho a responsabilidade de administrar um déficit de quase R$ 4 milhões”. Pelas projeções de Ribeiro, com os atuais valores oferecidos pela tevê, o Tricolor teria um “rombo” mensal em torno de R$ 350 mil. “É lamentável. Senti na pele esta discriminação no ano passado e a mudança no calendário só fez aumentar o desrespeito para com todos os profissionais e torcedores destes clubes”.

Os oito “renegados” propõem a divisão da cota para os 24 integrantes da primeira divisão seguindo quatro ponderações: 1) cotas fixas; 2)cotas de performance e desempenho; 3) exposição de mídia (quem tem mais jogos na tevê fatura mais); e 4) prêmio por classificação final. Esta formatação será apresentada aos integrantes da Globo Esportes em reunião agendada para a próxima terça-feira, às 11 horas, no Rio de Janeiro. Depois disso, os dirigentes irão à CBF, para um encontro com Ricardo Teixeira (às 15 horas). “Ainda estou confiante de que haja um mínimo de bom senso dessas pessoas, pois o futuro do campeonato está em jogo”.

Em São Paulo, o presidente do São Caetano, Nairo de Souza, já declarou que por estes valores não colocará seu time em campo. O valor mínimo pago a outras agremiações do Clube dos 13 é de R$ 7,2 milhões. Em nota oficial, o presidente paranista diz que a cota oferecida ao Paraná inviabiliza todo um planejamento orçamentário e coloca seu clube em uma condição de desigualdade ilimitada perante os demais clubes de Curitiba, violando a Lei do Direito Econômico. Afirma ainda que seria uma irresponsabilidade aceitar qualquer proposta que não garanta condições mínimas de preparação para uma competição de altíssimo nível e de longa duração.

Adiamento

Como conseqüência do impasse, a primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série A, marcada para os dias 29 e 30 dia de março, está seriamente ameaçada. Os dirigentes dos oito times ameaçam entrar na Justiça Comum para garantir uma cota considerada justa.

O cancelamento da rodada daria aos clubes tempo para a negociação e para se fechar um acordo. Os jogos dos oito clubes “relegados” estão relacionados dentro da programação da emissora. Outro dado reforça a tese do provável acordo: 56% dos jogos do Brasileirão envolvem os times excluídos.

Grana pode adiar 1.ª rodada

A primeira rodada do campeonato brasileiro da série A, marcada para os dias 29 e 30 dia de março, está seriamente ameaçada. Tudo por causa da revolta causada junto aos oito clubes que não participam do Clube dos 13 e que ameaçam não entrar em campo caso não recebam mais dinheiro referente aos direitos de transmissão de televisão.

Os dirigentes dos oito times ameaçam entrar na Justiça Comum para garantir uma cota considerada justa. A nova rodada de negociação será tratada na próxima terça-feira diretamente com a direção da Rede Globo.

O cancelamento da rodada daria aos clubes tempo para a negociação e para se fechar um acordo. Os jogos dos oito clubes “relegados” estão relacionados dentro da programação da emissora. Outro dado reforça a tese do provável acordo: 56% dos jogos do Brasileirão envolvem os times excluídos. Além de Ponte Preta e Figueirense, que encabeçam o movimento chamado de G-8 (Grupo dos 8) participam do movimento o São Caetano, Paysandu, Fortaleza, Juventude, Paraná e Criciúma.

Em tom de visível revolta, o presidente da Ponte Preta, Sérgio Carnielli, reuniu a imprensa no final da tarde de ontem, no Majestoso, para expressar o seu descontentamento. “O pessoal do Clube dos 13 está nos enrolando para que depois a gente vá lá para aceitar uma esmola. Eles falam em migalhas. Isso não é correto e não vamos aceitar”, argumentou o dirigente. Ele confirmou que o G-8 é recebido pela direção do Clube dos 13, porém nada de concreto é discutido. Reforçou ainda que se diz cansado da situação, mesmo porque não existe um valor exato que os clubes receberiam. Extra-oficialmente seria apenas R$ 2.497 mil, ou seja, quase R$ 250 mil por mês.

Há, porém, até uma proposta que o dirigente considera “séria e honesta”: R$ 5,5 milhões, sendo R$ 4,5 milhões em dinheiro e R$ 1 milhão referente a passagens aéreas e hospedagens. Mesmo este valor estaria abaixo do patamar “C” dos participantes do Clube dos 13, que vão receber perto de R$ 7 milhões.

O “levante” do G-8, comenta-se nos bastidores, poderia ajudar a Rede Globo, que já teria interesse em não começar o campeonato no final do mês. Mas o dirigente da Ponte não acredita que seria um argumento para a eventual virada de mesa pretendida por Palmeiras, Botafogo e Portuguesa, rebaixados à Série B ano passado. Paulo Aldughi, representantee da Ponte na negociação, admitiu que o clube foi sondado pelo SBT, mas que não seria correto iniciar qualquer tipo de negociação antes de tentar um acordo com a Globo.

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