Éverton é a última grata surpresa
do trabalho do Tricolor.

Os primeiros meses do ano não foram tão infrutíferos para o Paraná Clube como parece. Apesar de a equipe ter protagonizado a pior campanha estadual de sua história, o Tricolor conseguiu revelar alguns jogadores, como primeiro resultado do projeto envolvendo as categorias de base.

Nos últimos dois jogos, a grande surpresa foi Éverton, de 20 anos. O jogador está no clube desde a época dos juniores, mas chegou a ser emprestado para disputa da segunda divisão do campeonato brasileiro ao Nacional-AM. “Foi uma experiência importante, me deixou mais preparado para jogar no profissional do Paraná”, diz o jogador.

Éverton estreou na derrota contra o Rio Branco, por 1 a 0, mas apesar do resultado que acabou com a esperanças do Tricolor na briga pelo título, o jogador foi o destaque. “Estava um pouco ansioso, principalmente porque ia jogar na ala esquerda. Mas consegui cumpri meu papel”. A boa atuação contra o time parnanguara o credenciou a jogar na derradeira partida, contra a Portuguesa Londrinense, no último sábado. Desta vez, ele jogou na posição de origem – meia-esquerda – e acabou participando do lance que manteve a equipe na primeira divisão. Foi em cima dele o pênalti cobrado por Flávio.

Quem também jogou improvisado e surpreendeu foi o meia Willian, que entrou na equipe após a contusão do titular da lateral-direita Jefferson, contra o União Bandeirante. Naquela partida, ele foi o destaque e mesmo com a recuperação do titular não deixou mais o time.

O zagueiro Fernando Lombardi também conquistou uma vaga na equipe com a contusão de um companheiro. No clássico com o Coritiba, o zagueiro Cristiano Ávalos machucou o joelho e o tornozelo direito, dando passagem ao jovem atleta. Com segurança, Fernando aproveitou a oportunidade e aproveitou-se da experiência dos companheiros de defesa, Roberto e Ageu, para se adaptar ainda mais rapidamente.

Fechando o time dos garotos da Vila, quem também se destacou quando teve oportunidade foi o atacante Waldir, que começou a ficar conhecido da torcida no Brasileirão no ano passado. Com boa movimentação, o atacante foi a “arma secreta” do então técnico Caio Júnior do decorrer de alguns jogos e terminou o campeonato com o titular ao lado de Flávio.

Ênio fica, mas longe do futebol

Gisele Rech

Tudo acabou em pizza. Ou quase isso. Após ensaiar um movimento para pedir a saída de Ênio Ribeiro da presidência do Paraná Clube, os membros do Conselho Administrativo decidiram dar mais uma chance ao presidente e ajudá-lo a reerguer o Tricolor para o campeonato brasileiro de 2003. Na útlima segunda-feira, o novo presidente do Conselho Deliberativo do clube, José Carlos de Miranda, confirmou haver uma grande parcela de conselheiros descontentes com a centralização do poder. Porém, a abertura de Ênio Ribeiro para a criação de uma câmara gestora de futebol, que vai permitir a ele um afastamento da bola, aparentemente acalmou os ânimos.

No entanto, o anúncio dos membros da câmara gestora do Tricolor só será hoje à noite, em uma nova reunião. Antes do início da reunião de ontem, já era dada como certa a nomeação dos conselheiros José Domingos e Alphonse Voigt para a vice-presidência de futebol. Mas após quase quatro horas de reunião e muita discussão, foi efetivado um convite para a formação de uma comissão de futebol. “Foi feito o convite oficial e a resposta será dada em 24 horas”, explicou Miranda. Na lista, estão José Domingos Teixeira, Paulo Welter, Durval Ribeiro (Vavá), Wilson Waharastig (Bob) e Joaquim Cirino dos Santos. Zelmar Marqueti foi convidado para assumir o futebol amador. “Vamos pensar com calma e ver qual o melhor caminho”, disse Domingos.

Também foi anunciada a volta de mais oito câmaras: de marketing, social, financeira, jurídica, administrativa, de esportes sociais, social e cultural e de planejamento. Os responsáveis por cada uma serão anunciados posteriormente. “As câmaras voltam, mas serão montadas aos poucos, com calma. A maior urgência está no futebol”, disse José Domingos. De fato, no futebol, uma decisão está vinculada a outra. Só após a definição da câmara gestora do futebol será definido o nome do superintendente de futebol, que por sua vez trabalhará na contração de um novo treinador. Por fim, só após a chegada do novo técnico será traçado o planejamento pré-brasileirão e quem sai e quem vem para a disputa do campeonato nacional. O presidente Ênio Ribeiro deixou a reunião visivelmente aliviado e esperançoso com a divisão do poder. “Estava muito pressionado. Agora vou ficar um pouco mais distante do futebol, mas com força para ficar até io final do meu mandato, em dezembro.”

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