Resgate de alpinista só é possível por terra

O resgate do corpo do montanhista brasileiro Bernardo Collares, que na última segunda-feira sofreu um grave acidente no Monte Fitz Roy, na Argentina, está nas mãos das autoridades locais. Embora um helicóptero já esteja disponível para a ação, a Justiça Federal da cidade de Río Gallegos ainda não autorizou o resgate por causa dos riscos existentes pelas condições climáticas.

O temor das autoridades argentinas é que os fortes ventos que atingem o Fitz Roy, em El Chaltén, na Província de Santa Cruz, possam causar um acidente com o helicóptero e os membros da equipe de resgate. A alternativa seria mandar um time por terra, mas a dificulade para chegar ao ponto em que está Collares também pesa contra a ação.

Collares acidentou-se quando iniciava a descida do Fitz Roy, considerada uma das montanhas mais difíceis de se escalar da América do Sul, em companhia da brasileira Kika Bradford. O equipamento de segurança se soltou da rocha em que estava preso e o montanhista sofreu uma queda de cerca de 15 metros, fraturando a bacia. Ele também apresentaria sinais de hemorragia interna.

<Noticias Relacionadas>Como Collares não tinha condições de prosseguir, Kika o deixou com um saco de dormir e algumas provisões e retornou a El Chatén para buscar ajuda. A descida da montanha durou cerca de dois dias. No vilarejo, uma comissão formada por médicos e alpinistas descartou encontrar o brasileiro com vida.

A irmã do brasileiro, Erika Collares, já reuniu-se com o vice-cônsul do Brasil na Argentina, Marcos Maia, e foi para a Patagônia acompanhar os trabalhos de resgate, que ainda não tem data para serem concluídos.

Segundo a Gendarmería, força de segurança militar argentina, Bernardo Collares, presidente da Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro, não havia informado as autoridades locais sobre a tentativa de escalada ao Fitz Roy.