“Reforços” salvam cargo de Vadão

O técnico Osvaldo Alvarez saiu da reunião com a direção do Atlético “prestigiado” e apostando na recuperação do time nos próximos jogos. Contando com as voltas do zagueiro Rogério Correia, do atacante Ilan e do meia Adriano, o Rubro-Negro ganhará uma nova cara para enfrentar o Santos, quarta-feira, na Arena. Mesmo assim, nos bastidores já se comenta em prováveis substitutos, que assumiriam o time no returno do campeonato brasileiro.

“Foi uma reunião normal, que acontece após todas as partidas”, disse. Segundo ele, o trabalho será mantido e as perspectivas para as próximas rodadas são boas. “A nossa situação não é boa, não é confortável, mas não é desesperadora. Nós sabemos que teremos a volta de jogadores importantes como o Alex Mineiro, o Adriano e o Fernandinho”…, aponta.

Para se manter no comando técnico do time, Vadão precisará dar um choque de ânimo no time, que vem decaindo a cada rodada. Diante do Peixe, pelo menos, o Furacão entrará em campo reforçado de Ilan, Rogério Correia e Adriano, que fará sua reestréia após ficar um mês sem contrato com o Furacão. Hoje, os trabalhos recomeçam no CT do Caju em dois períodos e a provável equipe para enfrentar os santistas deverá ter Diego; Alessandro, Capone, Rogério Correia e Ivan; Leomar, Luciano Santos, Jádson e Adriano; Ilan e Ricardinho.

Vaias dirigidas

Após tantos insucessos, a torcida atleticana e até a organizada Os Fanáticos perdeu a paciência e disparou para todos os lados, principalmente contra a direção do Rubro-Negro e jogadores. O meia Rodriguinho, mesmo antes de ser expulso na partida de sábado, já vinha sendo ofendido e sofreu de perto a ira dos torcedores, que se postaram próximos da entrada dos vestiários para protestar contra o pífio futebol apresentado no campeonato brasileiro e, principalmente, diante do Paysandu. O trabalho do técnico Osvaldo Alvarez dividiu opiniões e sua cabeça não foi pedida com intensidade.

Após os 30 minutos, a Fanáticos saiu da curva de entrada e foi para a entrada dos vestiários “esperar” pela passagem dos jogadores após o término da partida. Mesmo antes do apito final, o que se ouvia era protesto com jogadores e contra a falta de contratações de “peso”. “Ô, ô, ô, queremos jogador” e “vergonha, vergonha”, além de “timinho, timinho”, foram gritados em coro enquanto o time ainda tentava alguma coisa e mais errava do que acertava.

A direção do clube ouviu os apelos do “pombal” e não quis se manifestar sobre o assunto. Após a partida, os jornalistas pediram a presença do presidente Mário Celso Petraglia na entrevista coletiva, mas ele não quis atender aos profissionais de imprensa. Quem deu a cara para bater foi Vadão, o zagueiro Ígor e o meia Jádson.

O treinador, inclusive, abriu um parênteses na entrevista coletiva, para elogiar o comportamento da Fanáticos. “Em nenhum momento eles nos vaiaram. Deram todo o apoio até o final do jogo. É óbvio que as vaias da torcida fazem parte do desabafo dos torcedores, mas nós contamos o tempo todo com o apoio dos Fanáticos”, disse. Desde que retornou ao Atlético, o treinador tem se reunido com os torcedores freqüentemente e conversado sobre a situação atual do clube.

Sobre o jogo, Vadão garante que o time esteve bem. “Faltou ampliar para ficarmos tranqüilos no jogo. Estivemos bem na partida e tivemos várias oportunidades de ganhar o jogo”, analisou. Para ele, apenas no final da partida o time ficou ansioso e entrou em desespero. O comandante rubro-negro não achou que demorou a mexer. “A equipe vinha muito bem. Não é porque tomou o gol que tem que mexer. Se a equipe se reorganiza, pode fazer o gol. Foi passando o tempo e a gente sabia que precisava mudar alguma coisa”, apontou.

Sonho do G8 só para o 2.º turno

A crise definitivamente se instalou na Baixada. Jogando mal como nas últimas rodadas, o Atlético apenas empatou com o modesto Paysandu e saiu de campo vaiado e xingado pela própria torcida. Uma situação que deverá desencadear uma reestruturação no futebol do clube e mexer com jogadores e comissão técnica, apesar de o técnico Osvaldo Alvarez continuar “prestigiado” pelos dirigentes. Com o resultado, o Rubro-Negro caiu para a 17.ª posição no campeonato brasileiro e, mesmo com um jogo a menos, não chegará mais à meta de terminar o primeiro turno entre os oito melhores da competição.

Se por um lado, o Furacão entrava em campo sem Rogério Correia e Ilan (suspenso), Dagoberto (na seleção sub-20) e Adriano (sem a documentação em dia), o Papão estava em Curitiba sem a zaga (Jorginho e Sandro, suspensos) e o artilheiro Róbson (negociado com o futebol coreano) e atuando com vários jogadores considerados “refugos” de equipes da capital. Desfigurados, mostraram um primeiro tempo de dar dó. A torcida, inconformada, pediu raça e até ameaçou os jogadores do Atlético: “vamos correr, vamos suar, senão o bicho vai pegar”. Pouco adiantou. Um time sem alma e objetivos tocava a bola para lá e para cá e nada.

No final da primeira etapa, os ventos mudaram e um sopro de bom futebol favoreceu o Rubro-Negro, que achou um gol quase no apito do árbitro. O meia Jádson fez uma bela cobrança de falta e o goleiro Willis bateu roupa. Na sequência, Alessandro puxou o contra-ataque com Ricardinho, que passou para Lê ajeitar para Jádson. Ele aparou a bola e, dentro da área, tocou na saída de Willis para abrir o marcador e renovar as esperanças na arquibancada.

Os times voltaram mais acesos na segunda etapa e o Furacão mostrou que estava acordado. O lépido Ricardinho barbarizou a defesa adversária pelo lado esquerdo e só não aumentou o placar por falta de pontaria. Jádson também teve a oportunidade, mas seu chute saiu fraco e deu para Willis se esticar no canto direito e impedir mais um gol. Até o apagado Rodriguinho teve uma chance, mas chutou por cima.

Mas a chama começou a se apagar e, num contra-ataque, o Papão mostrou porque venceu o líder do Brasileirão. Jóbson recebeu na intermediária e passou para Zé Augusto invadir a área e tocar na saída de Diego e empatar o placar. O gol abalou o time de Vadão que passou a ir mais no desespero do que nas jogadas trabalhadas. O atacante Lê teve uma chance de ouro para desempatar, mas a perna pesada impediu um chute mais certeiro.

A torcida entrou em desespero e começou a acenar para o treinador (que estava no pombal, devido a uma suspensão) e fazer o gesto de substituição. Em vão. O time estava batido em campo, sem técnica e cansado e nada de mudanças. A primeira mudança só aconteceu aos 33, com Nélio no lugar de Luciano Santos. Em seguida, Lobatón substituiu Lê e ainda Capone (machucado) deu lugar a Juliano. Com o adversário muito fechado, os novos jogadores não conseguiram furar o bloqueio adversário e marcados pela torcida, acabaram entrando também em desespero. Para piorar, o meia Rodriguinho perdeu uma bola na meia-cancha e deu um pontapé por trás no adversário para ser expulso, antes do árbitro terminar a partida. Saiu aplaudido (ironicamente) pela torcida.

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