Reeva estava em pé quando Pistorius atirou, diz perito

Em mais um dia do julgamento de Oscar Pistorius pelo assassinato de Reeva Steenkamp, um especialista em balística da polícia depôs e declarou que a namorada do atleta paralímpico estava em pé no banheiro quando recebeu um disparo, na região do quadril, no primeiro dos quatro tiros dados por Pistorius. “Na minha opinião, depois de receber esse tiro, ela caiu de imediato”, disse Christian Mangena.

Reeva, então, caiu sobre um suporte para guardar revistas e recebeu impactos no braço direito e na cabeça com os últimos dois disparos que o atleta paralímpico fez através da porta do banheiro com uma pistola de calibre 9 milímetros.

A mulher cruzou os seus braços sobre a cabeça para se proteger, disse Mangena, sendo, então, atingida na cabeça e no braço. No seu depoimento, ele afirmou acreditar que o segundo disparo não acertou Reeva, mas bateu em uma parede e acabou a ferindo com os estilhaços.

Depois de analisar a cena dos disparos e as fotos das lesões sofridas por Reeva, tiradas após a sua morte, Mangena concluiu que uma das últimas balas perfurou a mão esquerda que a modelo tinha na cabeça antes de penetrar no crânio. O policial disse que não pode determinar a ordem dos dois últimos tiros.

No momento em que Mangena colocou as suas mãos na cabeça para explicar como Reeva adotou uma “posição defensiva” quando foram feitos os últimos disparos, Pistorius pôs as mãos nos ouvidos, como se não quisesse escutar.

Pistorius atirou a uma distância de pelo menos 60 centímetros. Mangena também descreveu o impacto que provoca o tipo de balas que tinha a arma do atleta paralímpico, que estão projetadas para causar o máximo dano, disse. Barry Roux, advogado de Pistorius, questionou Mangena e disse que especialistas em balística iriam desafiar o seu depoimento sobre a sequência de disparos.

Enquanto isso, o promotor principal do julgamento, Jerrie Nell, disse que espera concluir a exposição do seu caso no início da próxima semana, ouvindo mais quatro ou cinco testemunhas. A juíza Thokozile Masipa aceitou o pedido da procuradoria para adiar o julgamento até a próxima segunda-feira para que tenha tempo de consultar suas últimas testemunhas.

Não foi programada sessão para a próxima sexta-feira por se tratar de feriado nacional na África do Sul. Roux disse que o julgamento é caro e não quer qualquer atraso no processo, mas também não se opôs ao pedido de Nel.

Pistorius é acusado de premeditar o assassinato de Reeva. O atleta paralímpico afirma que a matou por acidente, pensando que se tratava de um intruso no banheiro. Se for considerado culpado poderá receber uma sentença de 25 anos ou até mesmo ser condenado à prisão perpétua.

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