Lopes gostou do poder de
reação da equipe, mesmo com dez.

Apesar de tudo, o Coritiba também tem poder de reação. A força demonstrada ao conseguir o empate de terça com o Figueirense foi o fato mais comemorado pelos alviverdes, que voltaram para casa já pensando na partida de sábado contra o Botafogo, no Couto Pereira.

E o objetivo principal é “arrumar” o aproveitamento do time jogando no Alto da Glória.

Hoje, o Coritiba vive um momento singular no campeonato brasileiro. Com apenas nove pontos conquistados em 24 disputados em seus domínios, o time tem a segunda pior pontuação em casa da competição. Em contrapartida, com o 1×1 do Orlando Scarpelli, o Coxa passou a ter a quinta melhor pontuação atuando fora. “Acho que chegou a hora da gente recuperar os pontos que perdeu em casa”, resume o armador Cléber.

E isso é possível, segundo todos, pelo que se viu contra o Figueirense. “O poder de reação do time, jogando com um a menos e atrás desde o início do jogo, fez eu ficar muito satisfeito”, confirma o técnico Antônio Lopes. “Eu não sou de desistir antes do final. Nós lutamos muito e por isso conseguimos o resultado”, afirma Tuta, autor do gol do empate. “Se o Nascimento estivesse em campo, nós poderíamos ter vencido”, completa Lopes.

O treinador estava mais animado com a melhora do rendimento do Coxa. “Não foi aquela partida espetacular, mas tecnicamente erramos menos que o habitual, e na parte tática nós rendemos bem, o time foi todo bem aplicado”, comenta o Delegado, que foi muito elogiado pelo presidente Giovani Gionédis. “O Lopes não precisa provar nada para mim nem para ninguém. Foi campeão mundial com a seleção brasileira, e agora está fazendo um trabalho muito bom no Coritiba”, disse, ainda em Florianópolis.

O respaldo dado por Gionédis é considerado por Lopes fundamental para a melhora do Cori. “Nós temos toda a tranqüilidade para trabalhar, e isso é proporcionado pelo trabalho do presidente. O nosso bom ambiente começa da direção”, diz o treinador, que tanto aposta no crescimento da equipe que recusou nova proposta da seleção nigeriana. “Eles vieram e me ofereceram o dobro do que tinham oferecido antes. Recusei porque quero cumprir meu contrato com o Coritiba, e sei do que esse grupo é capaz”, finaliza.

Reginaldo Nascimento fica fora por dois meses

O zagueiro e capitão do Coritiba Reginaldo Nascimento terá que ficar um bom tempo longe do futebol. Ele será submetido hoje a uma cirurgia para correção do afundamento dos ossos da face. Houve fratura em três ossos, mas o que mais preocupa é o malar, que teve maiores danos. No mínimo, o jogador fica dois meses fora dos campos.

A remoção de Nascimento de Florianópolis aconteceu ainda na noite de terça, em um avião fretado pelo Coritiba. No trajeto do Estádio Orlando Scarpelli até o aeroporto, um momento de tensão: o capitão teve hemorragia e inchaço no rosto. “Preocupa, mas é até natural que isso aconteça, porque o afundamento afeta toda a face”, explica o médico alviverde William Yousef.

Depois de exames de raio-x, ressonância magnética e tomografia computadorizada, foram constatadas as três fraturas. “Na tomografia se viu a extensão do problema. O malar foi particularmente afetado, mas há outros dois ossos fraturados”, conta Yousef, que confirma, como boa notícia, a não-existência de traumatismo craniano. “Não houve nenhuma lesão craniana e nem dano ao cérebro”.

Mas, mesmo assim, será necessária a intervenção (que acontece às 14h, no Hospital Santa Cruz) e a possível colocação de pinos e placas para a correção das fraturas e do afundamento. “No momento da cirurgia saberemos o que será necessário para a recuperação”, diz William Yousef. O responsável pela equipe médica será o especialista em cirurgias da face Carlos Balin.

Tristeza

O técnico Antônio Lopes está chateado com a lesão de seu capitão. “A gente não esperava que fosse algo tão grave. Será uma ausência muito sentida”, afirma ele, que espera que a equipe não sinta a falta do líder. “Acho que vamos equilibrar a experiência com a volta do Aristizábal, que sabe como comandar a garotada. Mas melhor seria com o Nascimento também em campo”, lamenta. Para o lugar dele, o Delegado deve escalar Vágner – e Tuta deverá ser o capitão coxa contra o Fogão.

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